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Empresas alinhadas aos novos tempos

A pandemia trouxe transformações profundas nas nossas formas de viver, trabalhar e consumir. E uma delas foi que a sigla ESG – Environmental, Social & Governance (Ambiental, Social e Governança), que representa os três pilares de uma empresa responsável – entrou de vez para o dicionário corporativo. A sociedade tem sido a principal reguladora dessa postura, para que não sejam só ações “para inglês ver”.  É neste sentido que o Instituto Phi vem desenvolvendo soluções de investimento social para  empresas, que buscam provocar impacto positivo e reduzir as desigualdades. Como a campanha que promovemos agora, com o Instituto Coca-Cola Brasil e a The Coca-Cola Foundation. Vem ver essa e outras novidades no Phi Bulletin de maio. Boa leitura!

Novas ações contra a fome

As medidas de proteção social tomadas até agora permanecem insuficientes e muitas pessoas em extrema pobreza estão passando fome. No Boletim Phi de abril, mostramos as novas parcerias e os resultados de diferentes campanhas de ajuda humanitária geridas pelo Instituto Phi. Também nesta edição, trazemos os apontamentos de uma pesquisa de relacionamento do Phi com os projetos apoiados e o programa Lab de Philantropia numa escola carioca para formação de jovens mais conscientes de seu papel na sociedade, dentre outras histórias de transformação social. Acesse aqui e boa leitura!

Ex-morador de rua supera vício em drogas e conquista 920 pontos na redação do Enem

Assistido pela ABESPA, Alexandre Camilo atualmente é funcionário da entidade apoiada pelo Phi e quer cursar Letras para se aprimorar como escritor

Por quase um ano, Alexandre Camilo, de 55 anos, viveu nas ruas de Fortaleza. O vício em drogas o levou a essa triste situação. Sua trajetória começou a mudar em 2019 quando, no “fundo do poço”, sem nem chinelos para calçar, conseguiu uma passagem para Teresina (PI) e, lá, conheceu a Associação Beneficente São Paulo Apóstolo – ABESPA, mantenedora da Pastoral do Povo da Rua e apoiada pelo edital do Movimento Bem Maior, com gestão do Instituto Phi. Agora, Alexandre comemora a pontuação na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020: ele atingiu 920 pontos, de um total de 1.000, e quer cursar Licenciatura Plena em Letras -Português.

Alexandre é carioca, graduado em Biologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem mestrado em Ecologia e Recursos Naturais pela UFSCar. Trabalhou como professor e pesquisador, mas a dependência química acabou com seu casamento e sua carreira. Ele foi para Fortaleza (CE) em busca de novas possibilidades de trabalho, mas o uso de drogas se intensificou e ele viveu por nove meses em situação de rua, antes de mudar-se para Teresina.

Quando chegou à capital piauiense, Alexandre começou a frequentar a Pastoral do Povo de Rua para tomar o café da manhã oferecido pela entidade, que atua com reintegração social e resgate da cidadania de pessoas em situação de rua, oferecendo atendimentos com equipe formada por médico, dentista, psicólogo e assistente social, além de orientação individual e em grupo, palestras e oficinas. Passou de usuário de drogas para colaborador voluntário da Pastoral e, então, foi contratado como monitor social da recém-inaugurada Casa de Acolhimento.

Quando ainda era voluntário na Pastoral, Alexandre se casou com a pedagoga Lucinete Mascarenhas, que também atuava – e ainda atua – como voluntária. Eles coordenaram a implantação do projeto “Fazendo Arte – Teatro, Coral e Dança” na entidade e, paralelamente, Alexandre escreveu seu primeiro livro de poesias e estudou para o Enem através de videoaulas no YouTube. No início deste ano, ele fez a prova e agora aguarda a classificação para uma universidade federal ou estadual, confiante dos resultados.

“As drogas me tiraram tudo, é uma vida de escravidão. A Pastoral me deu um apoio imenso para eu voltar a comandar a minha vida. Agora, para dar continuidade ao meu trabalho como escritor, quero me aprofundar nos estudos da Língua Portuguesa. Já estou com meu segundo livro quase pronto. Desejo que essa nota represente mais que uma aprovação na universidade, que ela transmita esperança para todos que vivem na situação que eu vivi, que acreditem que também podem dar a volta por cima”.

7 anos de Phi: R$ 100 milhões para o Terceiro Setor

Místico em diversas culturas, o número 7 representa, na linha de pensamento antroposófico, a duração de cada ciclo da vida. No primeiro setênio, entramos em contato com novas experiências, aprendemos a lidar com elas, para que, no ciclo seguinte, seja possível aplicar a sabedoria que incorporamos, identificando novos desafios. Pois bem: o Instituto Phi completou, neste mês de março, 7 anos. E, ufa, quantos aprendizados. Nesta edição especial do Boletim Phi, compartilhamos nossas conquistas – atingimos a marca de R$ 100 milhões direcionados ao Terceiro Setor – e contamos muitas novidades para esse novo começo de era. Acesse aqui e boa leitura!

Caminho para projetos de combate aos impactos da Covid

Quando a Covid-19 tomou o mundo, a única certeza que tínhamos é que todos os setores teriam de somar esforços. Assim, o Instituto Phi não só se envolveu em campanhas de ajuda humanitária, mas foi atrás da renovação de parcerias com grandes doadores, criando ações para reduzir os impactos negativos da pandemia para as populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Numa das iniciativas, com um grande doador da Califórnia, foram selecionados 10 projetos para apoio, com especial atenção aos segmentos de educação, qualificação profissional e saúde, duramente afetados.

Diante dos efeitos graves da paralisação parcial da atividade econômica sobre o mercado de trabalho, especialmente o informal, um dos pontos centrais desse apoio internacional foi o fomento ao microempreendedorismo. Assim, foram selecionados projetos como o Fundo Manamano, incubado pelo Instituto Dara; Viver de Bike, do Instituto Aro Meiazero, e Amara Cozinha – Alimentação Saudável, do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (IBEAC)

“O objetivo foi apoiar iniciativas que representam soluções duradouras, ao criar novas oportunidades de geração de renda”, destaca Luiza Serpa, diretora do Instituto Phi.

Projeto Amara Cozinha, do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (IBEAC)

Ao mesmo tempo, a educação demonstrou ser um dos retratos mais fiéis da desigualdade social brasileira diante da necessidade de uso da tecnologia para reduzir as distâncias impostas pelo isolamento social. Neste contexto, projetos que promovem o empoderamento digital de crianças e jovens, como o Educação + Digital, da Associação Parceiros da Educação RJ; Movetec – Tecnologias que movem a Educação, da FazGame, e REI Conectado, da Associação Semente da Vida da Cidade de Deus (ASVI), também ganharam o apoio do doador.

“São projetos que reduzem o distanciamento tecnológico entre as classes sociais e desenvolvem nessas crianças e jovens em condições de vulnerabilidade e risco social competências essenciais para o futuro do trabalho”, observa Luiza.

Projeto Educação + Digital, da Associação Parceiros da Educação RJ

Outro projeto apoiado por essa parceria na área de educação está sendo implantado em Queimados, um dos municípios mais pobres da Baixada Fluminense, ocupando o 73º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado do Rio, que tem um total de 92 municípios. O projeto da organização Golfinhos da Baixada prevê a reforma de um espaço que se transformará em sala multiuso para reforço escolar de língua portuguesa e matemática.

“Devido à pandemia de Covid, as aulas presenciais foram substituídas pelo ensino remoto, mas somente 27,06% dos moradores de Queimados têm acesso à internet. Os participantes serão 100 crianças e adolescentes da rede pública de ensino com renda mensal familiar de até um salário-mínimo”, conta Luiza.

Povos e comunidades tradicionais em extrema vulnerabilidade ganharam atenção com projetos como o “Educação e Oportunidade”, do Observatório Antropológico, e o “Implementação de Prontuário Eletrônico”, da Associação Médicos da Floresta . O “Educação e Oportunidade” é uma ação de inclusão social de povos indígenas Warao e quilombolas por meio da alfabetização, reforço escolar e construção coletiva de materiais didáticos a partir de experiências de refúgio e deslocamentos étnico-raciais na Paraíba.

“A crise afeta diretamente os trabalhos informais que quilombolas e indígenas exercem e a falta de letramento e acesso à documentação dificultam ainda mais a sua inclusão social”, destaca a diretora do Instituto Phi.

Projeto Prontuário Eletrônico, dos Médicos da Floresta

Já o projeto dos Médicos da Floresta, que prestam serviços voluntários em comunidades indígenas em áreas de difícil acesso, consiste na aquisição de um equipamento de comunicação via satélite visando a implementação de prontuário eletrônico. O projeto vai impactar, inicialmente, 3.600 pacientes no projeto-piloto, mas tem potencial para alcançar muito mais ao longo dos próximos anos. Hoje, existem 760.350 indígenas em todo o território brasileiro.

“Os pacientes atualmente são atendidos com prontuário manual e as imagens dos exames não são arquivadas, já que as comunidades estão em áreas sem acesso à internet. Com a tecnologia, haverá melhor controle e mensuração de resultados dos atendimentos”, explica Luiza.

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