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Filantropia e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Após décadas de declínio, a fome no mundo, medida pela desnutrição, vem aumentando desde 2015. O número de pessoas que vão dormir com fome a cada dia foi estimado em 820 milhões em 2018. Só no Brasil, são 5 milhões.
Mas, como reverter esse quadro? A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que orienta as Nações Unidas e seus países-membros, deram ao mundo uma linguagem comum e um senso de urgência para resolver os desafios existentes. Concluídas em agosto de 2015, as negociações culminaram num documento ambicioso que propõe 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas correspondentes para o período que começou em 2016 e termina 2030. A diretriz essencial? Não deixar ninguém para trás.
Os ODS trabalham com o espírito de parceria para fazermos as escolhas certas para melhorar a qualidade de vida para a atual e as futuras gerações. Todas equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.
Diante de uma agenda tão complexa para que os povos se engajem nesta luta para acabar com a pobreza, proteger o planeta e garantir a paz e a prosperidade para todos, é preciso que cada um faça a sua parte: governos, empresas e sociedade civil. E a filantropia pode ter um papel fundamental para a transformação que buscamos.
O Instituto Phi tem se guiado especialmente pelo ODS 10 – reduzir a desigualdade – mas também apoia financeiramente, através de doações, organizações sociais que se pautam por outros ODS, como acabar com a fome, assegurar vida saudável, assegurar educação inclusiva e de qualidade ou a disponibilidade de água e saneamento para todos. Entendemos que todas essas temáticas são integradas e indivisíveis, e no fim, o objetivo é sempre que todos tenham igualdade de condições.
Ao redor do mundo, o desenvolvimento econômico e social de um país tem como um de seus pilares uma sociedade civil atuante, que assume seu papel na busca de soluções para os desafios sociais que enfrentamos. É aí que entra a doação. Seja de tempo, de material, de força de trabalho, de conhecimento técnico ou de dinheiro para adquirir os recursos necessários. O que não é mais aceitável é deixar o futuro do planeta para trás.
Não sabe por onde começar? Aqui vão algumas ideias: participação em mutirões de melhorias em favelas, criação de redes que permitam levar soluções de baixa tecnologia para comunidades que precisem, arrecadação e envio de água potável para vítimas de catástrofes naturais, aulas gratuitas de reforço escolar, engajamento em campanhas “adote um aluno” com ajuda e acompanhamento mensal, campanhas do agasalho, criação e/ou estímulo a creches comunitárias, capacitação técnica a jovens de baixa renda e/ou refugiados, construção de horta comunitária e implementação de coleta seletiva em espaços da comunidade, promoção de bazares de troca de roupas e brinquedos, mutirão de limpeza de praias e campanha para a redução do consumo de plástico.
Tem outras sugestões de ação? Conta pra gente nos comentários!
Segue um resumo dos 17 ODS:
Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos.
Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.
Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Duration: agenda 2030, desenvolvimento sustentável, ods, redução da desigualdade.
Cariocas que transformam o Rio
Se você pudesse ajudar a resolver um problema social do Rio de Janeiro, qual seria? Saúde, educação, segurança, desemprego, exclusão cultural? E que grupo em situação de vulnerabilidade mais te comove? Crianças, idosos, população de rua?
E se te dissessem que você pode, sim, fazer parte da transformação social da cidade? Várias organizações da sociedade civil vêm suprindo essas lacunas, com projetos de grande impacto espalhados por vários bairros do Rio. Mas poderiam fazer mais, com mais recursos. Como forma de criar uma ligação direta com os moradores e de juntar esforços para transformar a realidade da região, um grupo de mais de 17 entidades está lançando a campanha Doa Rio. Os cariocas são convidados a demonstrar seu apoio e seu amor pelo Rio, fazendo a sua doação para entidades locais. A campanha será veiculada de 25 de novembro até o Dia de Doar, 3 de dezembro.
A Doa Rio é uma iniciativa conjunta de Instituto Phi, Instituto Desiderata, Banco da Providência, Saúde Criança, Rede Cruzada, Instituto Apontar, Instituto da Criança, Solar Meninos de Luz, ASVI, Instituto Ekloos. Semeando Amor, Efeito Urbano, Instituto Mundo Novo, Sparta Rio, Agência do Bem, Cia 2 Banquinhos e Educar+. As doações poderão ser feitas pela pela plataforma da Benfeitoria, no https://benfeitoria.com/ doario.
“A ação foi criada para conectar os cariocas com as causas que mais os comovem e com suas organizações. Queremos valorizar projetos que já vêm fazendo um trabalho de excelência e estimular os indivíduos a partir para a ação para construirmos juntos a cidade que queremos viver”, destaca a fundadora e diretora-executiva do Instituto Phi, Luiza Serpa.
Como faz parte do Dia de Doar, que promove a solidariedade e a generosidade por meio da conexão de pessoas com projetos sociais de todo o país, o movimento estimula que os participantes tornem públicas as suas doações, compartilhando nas mídias sociais com as hashtags #diadedoar e #doario
No país, o Dia de Doar começou em 2013, um ano depois da primeira edição nos Estados Unidos, em 2012. A partir de 2014 o Brasil passou a fazer parte do movimento global, que hoje conta com 55 países participando oficialmente, e ações sendo realizadas em mais de 190.
Lá fora, o Dia de Doar tem nome de #GivingTuesday, que significa “terça-feira da doação”. Vem na sequência de datas comerciais já famosas, como as BlackFriday e CyberMonday. É sempre realizado na primeira terça-feira depois do Dia de Ação de Graças (o Thanksgiving Day).
A campanha nacional do Dia de Doar é realizada pelo Movimento por uma Cultura de Doação, que reúne organizações e indivíduos que atuam pela promoção de um país mais generoso. A Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) é a representante oficial da data no Brasil.
Duration: Dia de Doar, Doa Rio, doação, filantropia, Rio de Janeiro.
Programa reforma casas em comunidades e promove transformação interior dos moradores
O Programa Vivenda nasceu do sonho de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade de morarem com segurança e conforto. Já são mais de 1.600 reformas entregues em cinco anos de atuação!
Da Redação Razões para Acreditar
* https://razoesparaacreditar.com/arquitetura/reforma-casas-comunidades/
Todo brasileiro sonha morar numa casinha segura e confortável, não é mesmo? Para muita gente, esse sonho se perde no horizonte de tão distante… O Programa Vivenda nasceu desse sonho, de famílias de regiões periféricas de São Paulo para que pudessem viver em casas dignas!
A Vivenda atua em duas frentes: oferecendo um modelo de crédito acessível e realizando reformas em casas onde seus moradores vivem em condições de extrema vulnerabilidade, através da rede #GeneroCidadeSP, que reúne uma turma boa de parceiros para tornar o sonho dessas famílias uma realidade, com acabamento fino e tudo mais!
E, olha, é muito mais do que uma reforma: alguém uma vez disse que o que está dentro é como o que está fora, e o contrário também é verdadeiro! Não há a menor dúvida: cada centímetro da reforma melhora a autoestima, saúde, bem-estar, segurança e conforto dos moradores.
Espia só o antes e o depois das reformas que separamos:
Campanha
O projeto completou cinco anos e, nesse período, entregou mais de 1.600 reformas em regiões como Capão Redondo, Jardim São Luís, Jardim Ângela, Campo Limpo, Parque Santo Antônio, Cidade Dutra e Grajaú.
Uma missão tão linda merece mais apoiadores, concorda? A gente concorda e faz questão de participar!
Estamos juntos com o Programa Vivenda e o Instituto Phi – nossos parceiros lindos que fazem muito pelo fortalecimento do setor social no Brasil, estimulando diversas ações filantrópicas de indivíduos e empresas – numa campanha de matchfunding na Benfeitoria, plataforma que conecta pessoas e projetos!
A ideia é arrecadar R$ 280 mil até o dia 22 de novembro de 2019 para realizar o sonho e mudar a vida de 50 famílias em risco! Vai ser assim: a cada real doado, o Instituto Phi doará outro, formando um matchfunding, quer dizer, o impacto da colaboração é duplicado!!
Duration: habitação popular, matchfunding, moradia popular, programa vivenda, transformação social.
Nova rodada de aprendizado e investimentos de impacto
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Com a proposta de aprender, acompanhar e conhecer os resultados de investimentos em negócios de impacto socioambiental, em 2016, 22 fundações e institutos familiares, empresariais e independentes se uniram para criar o FIIMP – Fundações e Institutos de Impacto. O grupo compôs um fundo de R$ 737 mil, que foi usado para apoiar seis negócios de impacto. A experiência foi tão positiva que diversos membros, além de outras organizações, manifestaram interesse em realizar uma segunda rodada de investimentos e aprendizagem. Assim, no início de 2019, foi lançado o FIIMP 2.
Nessa edição, são 19 participantes, que já compuseram um fundo de aproximadamente R$ 1,1 milhão. São eles: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), BMW Foundation, British Council, Fundação Banco do Brasil, Fundação Grupo Boticário, Fundação Tide Setúbal, Fundo Vale, Gerdau, Instituto C&A, Instituto de Cidadania Empresaria (ICE), Instituto Clima e Sociedade (ICS), Instituto Dynamo, Instituto GPA, Instituto Humanize, Instituto InterCement, Instituto Lab60+ Semente Oré, Instituto Sabin, Instituto Vedacit e Instituto Votorantim. O grupo conta com o suporte técnico da Aoka Labs e do GIFE – Grupo de Institutos Fundações e Empresas, além do apoio à gestão financeira do Instituto Phi.
Na busca por instituições que já atuam no campo de negócios de impacto e que pudessem ajudar o grupo a entender melhor cada etapa de desenvolvimento dos negócios sociais, o FIIMP 2 criou um processo de seleção com 12 intermediários e selecionou seis, que atuam no fomento de negócios de impacto, potencializando a capacidade de gerar impacto positivo. São elas: Choice, Din4mo, Fundo Éditodos, Parceiros pela Amazônia (PPA), Semente Negócios e Vale do Dendê. Assim, ao longo de dois anos (2019/2020), as iniciativas selecionadas por essas intermediárias via edital receberão apoio técnico e financeiro – um percentual do valor total será doado ao intermediário e outro será destinado ao investimento nos negócios de impacto.
Diferente de filantropia, o investimento de impacto consiste no direcionamento de capital público ou privado por instrumentos financeiros – como empréstimo, contratação ou investimento – que são alocados em negócios de impacto com o compromisso de gerar impacto social e/ou ambiental com rentabilidade financeira.
“Este potencial retorno para o investidor pode gerar mais recursos para o próprio campo de negócios de impacto social. Trata-se de mais uma estratégia, complementar às doações para organizações da sociedade civil, para que possamos solucionar os complexos problemas sociais e ambientais que desafiam nossa sociedade”, destaca Luiza Serpa, diretora-executiva do Instituto Phi.
No fim de setembro, o grupo que compõem o FIIMP 2 esteve reunido em São Paulo com os seis intermediários para acompanhar a fase em que cada um está e seguir com o planejamento do novo ciclo de trabalho. Confira a seguir uma síntese da atuação de cada uma:
Choice
O Choice UP é um programa de pré-aceleração do Movimento Choice voltado a jovens empreendedores de negócios de impacto socioambiental em estágio inicial. Nas fases de imersão, desafio e demoday (bateria de curtas apresentações ou pitchs) os participantes avaliam seu modelo de negócio e impacto social, sua proposta de valor, estratégia e equipe sob a orientação de profissionais da área e empreendedores. Tudo isso em apenas duas semanas.
Um dos principais diferenciais implementado pelo Choice foi investir em uma pesquisa de campo para conhecer ecossistemas fora do tradicional eixo Rio-São Paulo, focando o trabalho em dois polos: Brasília (DF) e Campina Grande (PB). A chamada de projetos foi realizada em setembro e selecionou 35 iniciativas.
Din4mo
A Din4mo já fez sua chamada para seleção de startups de impacto socioambiental. Dentre 129 inscrições, selecionou quatro com faturamento acima de R$ 250 mil para receber consultoria em estruturação de captação. Ao final de três meses, duas dessas iniciativas serão investidas.
Dentre os resultados esperados para as startups estão a simplificação do processo de captação, acesso a um pool mais amplo de investidores de impacto e capacidade de declarar com mais propriedade seu modelo de negócio e tese de impacto, bem como ampliação das chances de investimento futuro e escala.
Fundo Éditodos
Coalização formada por 12 entidades – entre OSCs, aceleradoras e negócios sociais – que se uniram com o objetivo inicial de captar recursos por meio de um fundo de investimento próprio. Nos últimos anos, o grupo vem se organizando e buscando oportunidades para estruturar-se como fundo propriamente dito.
Quatro organizações da coalização estão envolvidas, com empreendedores da base da pirâmide, na execução das atividades do FIIMP 2: Afrobussiness/Conta Black, Agência Popular Solano Trindade, FA.VELA e Feira Preta.
A Agência Popular Solano Trindade investirá em microcrédito para empreendedores de gastronomia na Zona Sul de São Paulo e a Afrobusiness/Conta Black utilizará a mesma estratégia para potencializar a inclusão de empreendedoras negras na cadeia de valor de empresas parceiras.
A FA.VELA, por sua vez, vai estimular o comportamento empreendedor de 65 pessoas residentes nas favelas e periferias da região metropolitana de Belo Horizonte com a oferta de mentorias mensais que vão somar cerca de 90 atendimentos até a conclusão do projeto em 2020. A Feira Preta desenvolverá estratégia de escoamento de produção e mobiliário especial para exposição de produtos em espaços de comercialização, como shoppings de São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.
Parceiros pela Amazônia
A plataforma de ação coletiva busca a construção de soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável, conservação da biodiversidade, florestas e dos recursos naturais da Amazônia.
A Chamada de Negócios 2019 recebeu 201 inscrições e 38 negócios foram classificados para a próxima fase. Os selecionados vão participar de uma rodada de negócios com investidores para aporte financeiro e a vagas no Programa de Aceleração da PPA. O programa inclui capacitações temáticas presenciais, mentorias personalizadas, coworking, assessorias jurídica, contábil, em marketing e branding, além de bolsas para participação em formações e eventos.
Semente Negócios:
A organização apresentou o “Acelera – Inovação Social”, uma iniciativa 100% online, com duração de seis meses, que visa preparar negócios de impacto para captação de investimento. Atualmente, a ação está em fase de mobilização e comunicação para captar inscrições. Serão selecionados 10 negócios com modelo de negócio já validado, com faturamento acima de R$ 50 mil/ano e com potencial de escala.
Vale do Dendê
A aceleradora selecionou 30 empreendedores para a segunda rodada de aceleração de negócios de Economia Criativa. Após a primeira etapa de pré-aceleração, dez negócios vão receber consultorias, mentorias e participar de atividades de formação nos meses de outubro e novembro. No dia 29 de novembro, durante o demoday, cinco negócios serão escolhidos para receber investimento.
A novidade dessa nova rodada será a possibilidade de somar aos recursos do FIIMP 2 um aporte via plataforma de matchfunding. Cada empreendimento receberá, por meio da Vale do Dendê, R$ 10 mil como capital-semente e poderá multiplicar esse valor por meio de uma campanha de financiamento colaborativo.
Duration: gestão financeira, investimento de impacto, investimento social, negócios de impacto, negócios sociais.
Storytelling para projetos sociais
Quanto mais histórias de transformação social forem contadas, e quanto mais espaço nas redes e mídias elas ocuparem, mais pessoas – inclusive potenciais doadores – vão se inspirar e gerar novas histórias de transformação social. Por isso, o Instituto Phi dá algumas dicas para organizações e negócios sociais contarem suas histórias a partir dos princípios do storytelling.
Storytelling é a arte de contar histórias para criar uma conexão com sua audiência. Para isso, utiliza elementos específicos em eventos com começo, meio e fim, conectando-se com o interlocutor no nível emocional.
A sua perspectiva
A Wikipedia já fornece conteúdos objetivos, listando fatos e fornecendo dados. Então, em vez de escrever como uma enciclopédia online, leve sua audiência para uma jornada. Por mais que o seu conteúdo não seja originalmente uma narrativa, é possível fazer com que seja, abordando o tema sob uma perspectiva única: a sua.
Componentes
Não existe receita de bolo para se contar boas histórias, mas há quatro componentes fundamentais para o storytelling: protagonista, objetivo, conflito e transformação. Um personagem lutando contra forças antagônicas para alcançar um objetivo. Mostrar como os desafios transformaram o protagonista é uma forma de mudar a perspectiva da audiência.
Para fazer um bom storytelling, é importante aprender algumas técnicas essenciais:
1. De A a B
Leve o leitor de um ponto A até um ponto B: histórias sem final ou sem ordem cronológica podem funcionar bem em filmes artísticos e na literatura, mas não são indicadas quando uma mensagem deve ser facilmente transmitida e reproduzida.
2. Viradas na trama
Todo leitor gosta de ser surpreendido, por isso obras que usam viradas na trama e quebras de expectativas são tão populares. Use a criatividade para atrair e envolver o seu leitor, mas tome cuidado para não fugir do objetivo principal.
3. Emocione
Histórias que estimulam emoções positivas são mais amplamente compartilhadas do que aquelas que provocam sentimentos negativos. Estimule o público a terminar de ler com um sentimento positivo no peito. Isso não significa que se deva apenas falar de coisas boas e não exibir problemas.
Narrativas
Essa história pode ser contada por diferentes meios: escrita, em áudio, em vídeo. Pode ir para o seu site, suas redes sociais, ser apresentada numa palestra. O importante é que histórias mudam pessoas e pessoas mudam o mundo!
Duration: comunicação, narrativas, storytelling, terceiro setor.
Editais selecionam organizações sociais para apoio financeiro e capacitação
Os editais são uma ótima oportunidade para apoio financeiro e capacitação de projetos e organizações sociais. No momento, estão abertas as inscrições para vários editais: Eletrobras (educação), Itaú Unibanco Idoso, Itaú Unibanco Esporte, Criança Esperança (infância e adolescência) e Instituto Lojas Renner (infância e adolescência), Instituto MRV (educação), Prudential do Brasil e Uber – Mover para Transformar. Em alguns casos, as organizações precisam estar registradas em determinadas leis de incentivo fiscal. Confira as condições e não deixe de participar!
– Edital Social Eletrobras 2019: será destinado R$ 1,520 milhão para projetos que visam a reduzir as desigualdades sociais a partir da educação. Informe-se no site https://eletrobras.com e inscreva-se até 11 de outubro.
– Edital 2019 Itaú Unibanco Idoso: Se você tem projeto para contribuir para o envelhecimento ativo e o protagonismo da pessoa idosa, pode se inscrever até 10 de outubro. Informações no http://editaisitauunibanco2019.prosas.com.br/idosos.html.
– Edital 2019 Itaú Unibanco Esporte: Busca projetos esportivos que promovam o desenvolvimento integral da população e o enfrentamento das desigualdades sociais por meio do esporte. Inscrições até 28 de outubro. Informações no http://editaisitauunibanco2019.prosas.com.br/esportes.html.
– Edital Criança Esperança: Para organizações que promovem educação, desenvolvimento humano, inclusão social e empoderamento de crianças, adolescentes e jovens de grupos vulneráveis. As iniciativas selecionadas poderão receber de R$ 60 mil a R$ 300 mil. Inscrições até 15 de outubro. Informações: http://projetos.criancaesperanca.unesco.org/
Edital Instituto Lojas Renner: Financiamento a projetos aprovados em fundos da infância e da adolescência. O apoio será de até R$ 150 mil. O envio de projetos pode ser feito até as 18 horas do dia 16 de outubro. https://prosas.com.br/editais/5967-edital-instituto-lojas-renner-de-projetos-para-o-empoderamento-feminino-fundos-da-infancia-e-recursos-proprios
– Instituto MRV: O programa Educar para Transformar seleciona dez organizações para conceder apoio de até R$ 160 mil para o desenvolvimento de um projeto em parceria com uma ou mais escolas ou para a criação de um produto ou serviço de educação a ser desenvolvido para a própria organização. Propostas podem ser enviadas até as 17h do dia 18 de outubro. Informações: http://educarparatransformar.institutomrv.com.br/edital
– Prudential do Brasil: Busca projetos que contribuam para a proteção e o desenvolvimento de pessoas em situação de vulnerabilidade e risco econômico. Os projetos deverão fazer parte de algumas dessas áreas de atuação: qualidade de vida, saúde, longevidade, acessibilidade, cultura, esporte, educação, segurança e bem-estar. As inscrições podem ser realizadas até o dia 26 de outubro pelo e-mail: sustentabilidade@prudential.com. Confira o edital: https://prosas.com.br/editais/4359-edital-de-patrocinio-de-projetos-sociais
– Uber – Mover para Transformar. Busca projetos alinhados às seguintes causas: Mobilidade Inclusiva (ampliação do acesso para grupos que possuem alguma barreira ou limitação para ir e vir, como comunidades de baixa renda e pessoas com deficiência); Empoderamento Econômico (apoio para que mulheres e pessoas LGBTQIA+ possam conquistar sua independência pessoal e financeira) e Segurança. As inscrições são contínuas. Informações no https://prosas.com.br/editais/5119-uber-mover-para-transformar#!#tab_vermais_descricao.
Duration: captação de recursos, editais, leis de incentivo, terceiro setor.
Pontes sobre o abismo de desigualdades
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E se 12 milhões de ricos doassem R$ 100 por mês para filantropia?
Luiza Serpa*
(Artigo publicado originalmente no jornal O Globo: https://oglobo.globo.com/opiniao/artigo-pontes-sobre-abismo-de-desigualdades-23930377)
A despeito da crise econômica, os 10% mais ricos do país – um universo de 12 milhões de brasileiros – têm renda mensal média de R$ 9.519,10 ao mês, de acordo com dados do IBGE de 2017.
Por outro lado, 54,8 milhões de brasileiros – 26,5% da população – vivem na linha de pobreza e têm renda familiar mensal equivalente a R$ 406 (IBGE). Já a população na condição de pobreza extrema representa 7,4% do total de brasileiros: são 15,3 milhões de pessoas, em famílias que dispõem de R$ 140 por mês para viver.
O percentual de pobreza por grupo etário de maior concentração é o de crianças e jovens. São 5,2 milhões de brasileiros de 0 a 14 anos na extrema pobreza e 18,2 milhões na pobreza.
Para o país eliminar a pobreza extrema, segundo o IBGE, seria preciso investir, por mês, cerca de R$ 1,2 bilhão, num total de R$ 14,4 bilhões/ano. Já com R$ 10,2 bilhões mensais seria possível erradicar toda a pobreza do país.
E se todos aqueles 12 milhões de ricos doassem R$ 100 por mês – R$ 1,2 mil ao ano – para filantropia?
O investimento social privado chegaria justamente a, vejam só, R$ 14,4 bilhões/ano. Bem acima dos valores de R$ 2,9 bilhões movimentados em 2016, segundo o relatório mais recente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Ou seja: o fim da pobreza extrema no país é viável, e em apenas um ano.
Precisamos derrubar muros. Muros de desconfiança, de distanciamento, de falta de visão de que a desigualdade brutal é ruim até mesmo para a sobrevivência do atual capitalismo.
Precisamos construir pontes sobre o abismo de desigualdades do país. As organizações não-governamentais ocupam lacunas dolorosas para a sociedade brasileira nas áreas de saúde, educação, cultura e arte, esporte, acessibilidade, direitos humanos, geração de renda, habitação, assistência social, segurança pública e meio ambiente.
Mais que nunca, é chegada a hora de cruzar essas pontes.
*Luiza Serpa é co-fundadora e diretora-executiva do Instituto Phi, que faz planejamento estratégico e assessoria de filantropia pessoal, familiar e corporativa
Dia do Voluntariado: saia do sofá, como Tuninho
Você acredita que é capaz de mudar o mundo? Antônio Januário Neto, o Tuninho, tem certeza de que sim. Não sozinho, claro, mas na companhia de mais de 7 milhões de brasileiros que, como ele, cedem seu tempo para trabalhos voluntários. É por isso que ele atua em mais de 30 projetos sociais e se auto intitula um “ultra-mega-super-hiper-extra-giga-blaster-multi-big-companheiro-voluntário”. Neste Dia Nacional do Voluntariado, vamos contar um pouco da história deste niteroiense de 29 anos que tem uma característica bem peculiar – o autismo – e que transmite uma lição de atitude e de confiança na força da coletividade para transformar duras realidades.
Tuninho organiza alimentos, roupas, livros e brinquedos em campanhas de arrecadação de diversas ONGs, faz palhaçaria com uma trupe em hospitais pediátricos, orfanatos e instituições de assistência a pessoas com deficiência, recolhe flores de festas de casamento para criar pequenos buquês que são ofertados a idosos de casas de repouso, faz coleta de lixo em praias, panfleta em campanhas de conscientização sobre drogas. Ele é de todas as causas. É preciso com datas: seu primeiro trabalho voluntário foi no dia 27 de novembro de 2010, aos 20 anos de idade.
“Vim pra o Planeta Terra pra ajudar a melhorá-lo. Costumo ser o faz-tudo e me sinto totalmente feliz, útil, honrado e realizado nessa tarefa. Quero ter novas e futuras zilhões de ultra-mega-super-extra-multi-mini-big-oportunidades de voluntariados”, diz ele.
Tuninho, que mora com a mãe em Niterói, foi diagnosticado em novembro de 1993, aos 3 anos e 8 meses de idade. Só começou a falar aos 4. Aos 7, numa instituição de tratamento multidisciplinar, ele escreveu um poema que dizia que “a gente vem ao mundo para ajudar nossos semelhantes” e desde então surgiu a vontade de fazer voluntariado. Ele tem dificuldades de socialização e tem total consciência disso, mas não é um empecilho, garante Cássia Souza, coordenadora de Projetos do Atados. A plataforma online, parceira do Instituto Phi, conecta pessoas que querem ser voluntárias, como Tuninho, a instituições que precisam de apoio em suas atividades em todo o Brasil.
“Quando publicamos uma nova vaga ou uma nova organização no eixo Rio-Niterói, imediatamente o Tuninho entra em contato e marca uma visita. Ele é um exemplo de comprometimento e de sensibilidade para causas que perpassam sua vida, ou não – todas as causas de alguma forma despertam nele o desejo de estar envolvido. É muito simbólico ele ter tamanha vontade e dedicação com esse trabalho. Ele precisa do direcionamento inicial, mas depois pega a função e executa com um sorriso no rosto! Nós explicamos às organizações a importância do Tuninho para o Atados e as funções que sabemos que ele gosta de fazer e que tem facilidade, e depois disso é um sucesso”.
Apesar dos desafios de mobilizar pessoas para trabalhar sem remuneração em prol de outras pessoas, o brasileiro tem se interessado mais pela prática do voluntariado. Em sete anos de existência, o portal hoje conta com uma rede de 1.853 organizações e 117.925 voluntários cadastrados. E segundo o IBGE, em 2018, 7,2 milhões de brasileiros de 14 anos ou mais cederam parte de seu tempo para o voluntariado. Há vagas para todo perfil de gente:
“Em algumas vagas, é preciso ter habilidades especificas, mas em outras, o voluntariado pode ser um exercício de desenvolvimento de técnica também. A partir da candidatura em nossas vagas, as ONGs entrarão em contato para agendar uma conversa para entender de que forma as habilidades do voluntário e desafios da ONG podem dar um match”, explica Cássia.
Rosa Diaz, também coordenadora de Projetos do Atados, ressalta que em tempos de crise, é comum que cresça o número de pessoas interessadas em participação social. E que, para além dos projetos, o voluntariado proporciona o encontro com pessoas que resistem e criam, que acreditam e colaboram para um mundo melhor.
“A entrada para uma rede de pessoas tão plurais e ativas abre caminhos e ilumina possibilidades de mudanças coletivas. Sem demagogia nenhuma, o voluntariado pode ser o exercício de despertar sonhos, acordar memórias, transformar realidade, instigar os indivíduos a se tornarem cidadãos ativos e de reverberar o amor para o mundo”.
Então, siga o slogan da campanha do Atados para o Dia Nacional do Voluntariado – #EuSaioDoSofá – e faça como Tuninho: saia do sofá!
Duration: atados, dia nacional do voluntariado, instituto phi, trabalho voluntário, voluntariado.
Nexus: em busca de soluções para problemas globais
Seiscentas pessoas, dentre filantropos, investidores de impacto e inovadores sociais, de quase 70 países, estiveram reunidos explorando soluções para problemas urgentes do planeta no 9º Encontro Anual da Nexus Global Summit, conferência realizada de 25 a 27 de julho em Nova York. A maior delegação? A brasileira.
Por mais que seja uma boa notícia que tantos brasileiros estejam comprometidos com uma causa e dispostos a trabalhar por uma sociedade mais justa, não podemos esquecer do motivo por que isso acontece: suprir demandas que não são atendidas de modo satisfatório pelos governos. Luiza Serpa, diretora executiva do Instituto Phi, estava lá, com uma agenda cheia de inspiração, conexões e aprendizados.
Luiza conta que teve a oportunidade de ver, na sede da ONU, a força da juventude e o quanto eles transformam o mundo quando partem para ação. Confira alguns dos destaques da conferência internacional:
→ Cara Delevinge: A jovem modelo e ativista inglesa Cara Delevinge criou a campanha #MyEcoRevolution, que destaca que a escalada da destruição ambiental e uma crise de saúde mental sem precedentes estão nos mostrando que nosso modo de vida não está funcionando, nem para nós nem para o planeta.
“Não são apenas os níveis de felicidade que diminuem, independentemente do crescimento econômico, desenvolvimento ou prosperidade, mas, de acordo com o relatório de 2018 do IPCC, temos apenas 12 anos para limitar as catastróficas mudanças climáticas. Embora não haja dúvida de que esta é uma verdade chocante e aterrorizante, vemos isso como um convite para a mudança e uma oportunidade para evoluir. Acreditamos que outro caminho é possível e temos fé que juntos podemos co-criar um mundo no qual tanto as pessoas quanto o planeta prosperem”, diz Cara.
→ Valarie Kaur: Quais os caminhos para desenvolvermos a empatia real que nos faz agir em favor dos outros, ao invés de ficarmos presos às nossas próprias dores e lamentações? Em palestra poética e inspiradora, a ativista americana pelos direitos civis pede que, nesses tempos de polarização e ódio crescentes, reivindiquemos o amor como um ato revolucionário. Valarie imagina um mundo o onde o amor seja uma ética pública. Não um sentimento sobre o qual não temos controle, mas um valor e uma habilidade que pode ser ensinada e exercitada para que as sociedades humanas se construam sob um novo modelo de relação.
→ Dear World: A organização “Querido Mundo” tem como objetivo contar histórias através da fotografia. Os fotógrafos voluntários pedem às pessoas para compartilhar algo sobre si mesmas ou para enviar uma mensagem para alguém, independentemente da religião, raça ou idioma. Desde a sua criação, o dearworld.org compartilhou histórias de amor e perda dos sobreviventes do bombardeio da Maratona de Boston, cidadãos do Sudão do Sul no quinto aniversário da fundação da nação, refugiados sírios na Jordânia e pessoas que foram escravas durante a infância em Jaipur, Índia. O Dear World já fotografou mais de 50 mil pessoas em todo o mundo.
→ Projeto Selina: A rede panamenha de hotéis Selina tem uma proposta bem diferente: oferecem precinho de Airbnb, a vibe de albergues e ‘surf camps’, o conforto e a qualidade do serviço em hotéis e espaços de coworking, meditação, ioga e muitas atividades que envolvem a comunidade local. O espaço é perfeito para quem é nômade digital, público que é o grande foco da rede. Uma das grandes aspirações deles é a de poder “dar de volta” à comunidade onde estão inseridos, por isso oferecem atividades de voluntariado como forma de pagamento e valorização da arte local.
→ The Pad Project: A organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos foi criada pelas produtoras do documentário “Absorvendo o Tabu”, vencedor do Oscar, que apresenta um grupo de mulheres indianas que usam uma nova máquina para criar absorventes higiênicos de baixo custo para ter sua independência financeira e, ao mesmo tempo, melhorar a questão da higiene feminina em sua aldeia. Hoje, seus absorventes estão sendo usados em 40 aldeias na área rural da Índia. O documento também dá aos espectadores uma amostra de como a menstruação é um tabu nessas comunidades, onde 23% das meninas abandonam a escola quando atingem a puberdade devido a seus períodos menstruais.
→ Turma do Jiló: Tendo à frente Carolina Videira, mãe de uma criança com deficiência, a ONG brasileira Turma do Jiló foi à ONU mostrar seu trabalho pela inclusão escolar. A ONG realiza um levantamento de dados para identificar as demandas existentes em escolas, identificando barreiras e atuando de maneira consistente e transformadora. O trabalho inclui capacitação de professores e funcionários e o fortalecimento do vínculo família e escola, oferecendo um espaço de escuta e acolhimento e aproximando os pais das necessidades e potencialidades de seus filhos. O principal resultado que a Turma do Jiló pretende alcançar é a redução substancial da evasão escolar nas escolas brasileiras e diminuição efetiva de denúncias de violência escolar (tais como bullying e preconceito) ao Ministério Público.
Luiza, que pela segunda vez em 2019 participa de uma conferência internacional, diz que volta com o sentimento de que faz um trabalho muito bom, mas que ainda é pouco – pela cidade, pelo país, pelas minorias.
“Não sou ativista por uma ou outra bandeira; sou fazedora, do tipo que se depara com um problema concreto e se propõe a resolver. Acabo me realizando com as pequenas mudanças que dou conta de fazer acontecer, mas quero fazer mais! Não conheci todos os brasileiros da delegação, mas os que conheci me encheram de orgulho e inspiração. Estamos juntos e tenho certeza que faremos o nosso país melhor a cada dia”, diz a diretora do Phi.
Duration: conferência internacional, filantropia, impacto social, investimento social, nexus summit, transformação social.
Para ver de novo o sol da Amazônia
Imagine ver o sol outra vez depois de 20 anos. Em junho do ano passado, a sócia-fundadora e diretora Institucional do Instituto Phi, Fernanda Tizatto*, pôde acompanhar a reação de índios do Xingu que passaram pela experiência de voltar a enxergar após uma cirurgia de catarata. Fernanda participou de uma expedição da Associação Médicos da Floresta (AMDAF) na cidade de Canarana (MT), porção sul da Amazônia brasileira, e por dez dias acompanhou o projeto Olhos do Xingu, de atendimento oftalmológico gratuito nas aldeias. Em tempos de intensificar o respeito aos povos indígenas, decidimos contar mais sobre esse lindo trabalho.
A história da AMDAF começou com o objetivo de mapear as necessidades oftalmológicas de aldeias indígenas isoladas. No primeiro ano, 2016, o grupo de voluntários realizou quatro expedições ao Parque Indígena do Xingu. Com as primeiras visitações, eles puderam constatar de imediato a importância do projeto social que estava sendo iniciado ali.
O trabalho foi ganhando força e representatividade nas comunidades, não só com oftalmologistas, mas também clínicos gerais, enfermeiros, dentistas e tecnólogos, dentre outros tantos profissionais voluntários se dispondo a dedicar alguns dias durante o ano para entender e atender as necessidades das aldeias que estavam sendo visitadas.
Chegar ao Parque Indígena do Xingu não é fácil. Quem vai do Sudeste pega um voo para Goiânia, depois um ônibus até Canarana – a viagem dura cerca de 12 horas – e finalmente viaja de carro, num trajeto de cerca de 2 horas. Mesmo assim, a cada expedição, a AMDAF leva cerca de 30 voluntários, além de equipamentos e insumos para as consultas e cirurgias.
“Pude vivenciar o que o Instituto Phi prega da forma mais simples e pura que é o conceito de filantropia e altruísmo”, diz Fernanda.
Três anos depois, em 12 expedições, já foram realizados 5.381 atendimentos oftalmológicos, 2.152 atendimentos de clínica médica, 115 cirurgias de catarata e pterígios e 1.515 procedimentos odontológicos (tratamento de canal, exodontia, obturações, restauração completa e produção de próteses). Além disso, 1.800 óculos foram entregues, graças a uma parceria com a organização sem fins lucrativos One Dollar Glasses, da Alemanha, que fabrica óculos de grau extremamente resistentes e de baixo custo. O Parque Indígena do Xingu tem mais de 27 mil quilômetros quadrados e cerca de 6 mil habitantes de 16 diferentes etnias.
“Vi que o Brasil é um país muito maior do que imaginamos; no Sudeste, a gente acaba ficando dentro de uma bolha e não se dá conta da riqueza da nossa cultura. Fico envergonhada por constatar como minha visão da comunidade indígena era limitada”, diz Fernanda, ressaltando que a imagem estereotipada faz com que a maioria das pessoas pensem que os índios são os mesmos desde 1500 e que devem mesmo permanecer parados no tempo para que sua identidade seja reconhecida na atualidade.
Sim, os índios do Xingu constroem suas casas, suas canoas, pescam, caçam, tecem suas redes, produzem as ferramentas utilizadas no dia a dia, como vasos de cerâmica, cestos, flechas, arcos. Por isso mesmo, a perda da visão causada pela catarata é tão incapacitante. Mas eles também vão à escola, assistem o noticiário e se organizam para defender seu território coberto por florestas do desmatamento causado pelo avanço da agropecuária, da grilagem e pela abertura de estradas ilegais.
“É muito impactante quando os médicos tiram o tapa-olho, o semblante dos pacientes fica totalmente diferente. De uma hora para outra, esses índios podem voltar a ser participativos em suas aldeias. É um trabalho de inclusão social dos indígenas em suas próprias comunidades”, destaca Fernanda.
Em junho, foi firmada uma parceria entre a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, e a Associação Médicos da Floresta com o objetivo ampliar a oferta de tratamentos de oftalmologia e odontologia para indígenas de regiões longínquas.
Quem quiser conhecer melhor o trabalho da AMDAF pode assistir ao média-metragem “Olhos do Xingu”, no YouTube:
*Fernanda Tizatto viajou ao Xingu para um trabalho de medição de impacto social do projeto Médicos da Floresta para o escritório Pinheiro Neto Advogados.
Duration: direito à saúde, diversidade, filantropia, índios do xingu, médicos da floresta, oftalmologia, health, voluntariado.
Projetos socioculturais: sua empresa pode gerar impacto sem gastar nada
Apoiar projetos socioculturais pode ser uma forma muito eficiente de contribuir para uma sociedade mais justa, gerar valor para seus clientes e ainda construir uma imagem positiva para o seu negócio. Você sabia que toda empresa prestadora de serviços não optante do Simples sediada no município do Rio de Janeiro pode reverter até 20% do Imposto Sobre Serviços (ISS) devido para projetos culturais e socioculturais, sem pagar nada a mais? Se você tem uma empresa com essas características e se interessa em participar, fique ligado no prazo de inscrições: de 1º a 31 de agosto.
A Lei Municipal de Incentivo à Cultura, também chamada de Lei do ISS (nº 5.553/2013), é um mecanismo de renúncia fiscal através do qual a Prefeitura do Rio destina 1% da arrecadação do Imposto Sobre Serviços para financiar projetos culturais na cidade do Rio de Janeiro. Em 2018, a soma alcançou R$ 55 milhões. O Instituto Phi pode orientar empresas de todos os portes interessadas em fazer a doação, tanto na parte burocrática, como na escolha de projetos, monitoramento e apresentação de resultados
Como funciona?
A empresa incentivadora, após seu cadastramento na lei, transfere até 20% do ISS a pagar, ou seja, até 20% da Guia de Recolhimento mensal, para um projeto aprovado na Lei Municipal de Incentivo à Cultura/RJ. O recolhimento para o projeto cultural aprovado na lei é feito na mesma guia de pagamento emitida pelo site “Nota Carioca”.
Ex.: Se uma empresa paga R$ 100 mil de ISS ao governo, poderá destinar, portanto, até R$ 20 mil para incentivar e patrocinar um projeto sóciocultural, gerando impacto positivo para sociedade
Confira o passo a passo:
- Inscreva-se pela internet entre os dias 1º e 31 de agosto. O primeiro passo para se inscrever é o preenchimento completo do formulário disponível no site da Secretaria Municipal de Cultura, que pode ser acessado pelo link www.rj.gov.br/web/smc.
- O valor a ser informado é de 20% do Imposto Sobre Serviços (ISS) pago no ano anterior. O contribuinte do ISS deverá informar, no momento da inscrição, se pertence a algum grupo econômico e, em caso afirmativo, especificar qual. Utilizar um e-mail exclusivo para isso, porque a lista é pública e ele pode ser muito procurado.
- A segunda etapa consiste no envio da documentação até 4 de setembro, por malote expresso com Aviso de Recebimento. Toda a documentação deve ser enviada em envelope único, etiquetado com o número de identificação fornecido no ato da inscrição online, a razão social da empresa e o nome fantasia.
- Em setembro, a Secretaria Municipal de Cultura divulga a relação das empresas aprovadas, ou seja, as que apresentaram os documentos requeridos.
- Até 15 de outubro, a secretaria divulga a lista com os valores totais que cada contribuinte incentivador poderá efetivamente utilizar como benefício fiscal.
- O contribuinte deve enviar o Termo de Adesão até 31 de outubro, confirmando seu interesse seu interesse em fazer a doação.
- De 1º de novembro até 15 de dezembro é o prazo para enviar o(s) Termo(s) de Compromisso, informando para que projeto(s) doará e quanto.
- A partir daí, basta pagar normalmente o DARM – Documento de Arrecadação de Receitas Municipais – e fazer os repasses online, em site a ser indicado pela Secretaria de Cultura.
O Instituto Phi poderá dar suporte em todas as etapas do processo e ser o seu canal com o projeto sociocultural. Procure-nos!
Duration: arte, cultura, incentivo à cultura, lei do iss, projetos sociais.
“A fome era maior que a curiosidade”
Depois da escola, as gêmeas Maria Luiza e Maria Clara, de 9 anos, têm a agenda cheia: oficinas de inglês e de informática, balé, esportes e reforço pedagógico se alternam às tardes. Elas também brincam, claro, e se desenvolvem cada vez mais em aspectos como criatividade, imaginação, cooperação e comunicação. São miúdas para a idade, mas nem de longe se parecem com quem eram quando chegaram ao NEAC – Núcleo Especial de Atenção à Criança, em Campo Grande, cinco anos atrás.
“A fome era maior que a curiosidade e as irmãs tinham dificuldades de aprendizagem. Eram arredias e desconfiadas”, conta Selma Pacheco, diretora de projetos do NEAC, que faz atendimento a 200 crianças e adolescentes.
A equipe de serviço social realizou uma visita domiciliar e observou que a casa onde as Marias moravam com a mãe, desempregada, e com três irmãos adolescentes, não possuía banheiro.
Uma campanha batizada de “João de Barro” foi iniciada para a construção do banheiro da casa e algumas outras melhorias urgentes, como instalação de piso no quarto e aquisição de camas. Tudo comprado com doações e executado com mão-de-obra voluntária.
A mãe foi encaminhada para uma vaga de trabalho e em pouco tempo a vida desta família se transformou, com impacto direto no rendimento escolar de Maria Luiza e Maria Clara.
No NEAC, as gêmeas são participantes muito ativas do Mercadinho Ecológico do Projeto TransformAção – Transformando Lixo em Educação. Elas levam garrafas PET, latinhas de alumínio e outros materiais recicláveis para trocar por eco-reais, que são usados para adquirir brinquedos e materiais escolares.
“Hoje, as Marias estão mais motivadas, com mais autoestima e, principalmente, felizes. Elas colaboram, respeitam os amigos e se concentram nas oficinas. Isso nos leva a refletir sobre como pequenas, mas importantes intervenções na vida de uma família podem afetar todo o seu contexto”, conclui Selma.
Duration: social assistance, combate à fome, education, impacto social, investimento social, ongs, terceiro setor, transformação social.