Aluno de uma escola municipal na Tijuca, no Rio de Janeiro, sempre com um sorriso que ilumina o pátio, Felipe tem um jeito curioso de “encantar” as pessoas que encontra. Ele faz parte da turma de TEA – Transtorno do Espectro Autista e tem uma dose extra de desafios para interagir, se expressar e até realizar as atividades do dia a dia. Mas, claro, isso não impede Felipe de ser uma estrela na escola.
Alguns meses atrás, porém, algo começou a apagar o brilho de seu sorriso. Sem conseguir expressar com palavras o que sentia, Felipe encontrou um jeito de “contar”: começou a bater no próprio rosto, como se pudesse aliviar o incômodo que o afligia. Era uma dor nos dentes e o diagnóstico foi preocupante: ele precisava de um tratamento de canal urgente, e os quatro sisos resolveram aparecer todos juntos — mas a boca dele simplesmente não tinha espaço para tanta “visita surpresa”.
O desafio era encontrar ajuda para Felipe, já que o tratamento não podia ser feito em um consultório comum; ele precisava de uma estrutura especial, que respeitasse seu jeito de ser. Foi então que entrou em cena a ONG Turma do Bem, com sua equipe de voluntários prontos para transformar vidas através dos sorrisos.
“A dentista Waleska Bessa e o cirurgião bucomaxilofacial Alexandre Peixoto não só entenderam a complexidade do caso, mas também a alma do Felipe, respeitando seu jeito e o que ele precisava para um atendimento mais tranquilo. Com toda a preparação necessária, levaram Felipe a um centro cirúrgico, onde ele pôde receber o tratamento sob anestesia geral”, conta a mãe, Luciana.
A assistente social da Turma do Bem, Juliana Helena Santos, conta que Felipe chegou para a equipe como um desafio.
“Queríamos muito que ele se sentisse seguro e que o tratamento não gerasse nenhum trauma ou desconforto. Como assistente social, esses casos me comovem muito e queremos sempre que os nossos voluntários tenham esse olhar humanizado e cuidem dos pacientes como dos seus próprios filhos”, explica
A dentista Waleska Bessa fala do orgulho de fazer a diferença no sorriso de um menino tão especial e alegre:
“Eu tenho a sorte de estar cercada de profissionais muito preparados, os melhores que conheço! Isso porque são incansáveis, sempre estudando e têm os corações abertos para o voluntariado. Depois de muito planejamento e conversa sobre todas as possibilidades de tratamento, formamos a equipe que cuidou dos dentes do Felipe no centro cirúrgico e deu tudo certo!”.
O cirurgião Alexandre Peixoto ressalta que pacientes com necessidades especiais como o Felipe necessitam de um planejamento odontológico multidisciplinar meticuloso.
“O tratamento é realizado em ambiente hospitalar, sob anestesia geral, permitindo que todos os problemas odontológicos sejam abordados de forma integral e segura, durante um único procedimento cirúrgico. Cada paciente e cada família têm uma trajetória única de superação, e é um privilégio poder oferecer o cuidado, o carinho e a atenção que eles merecem”.
E o sorriso de Felipe agora está de volta, iluminando a escola e todos ao seu redor.