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Projetos Apoiados Destaques

Quem financia os custos operacionais de uma ONG?

Quem financia os gastos de aluguel, as campanhas de divulgação ou a compra de softwares de uma ONG? As doações para projetos são importantes, mas é com o investimento nos custos operacionais – aqueles que não são vinculados ao serviço que a organização presta – que ela pode construir uma infraestrutura robusta, inovadora, fundamental para a sua eficácia e, portanto, para cumprir com sua missão. Vamos falar sobre isso? Vem ver a nova edição do Boletim Phi!

Permanência na universidade garantida pela retribuição de ex-alunos

Matheus Avanci saiu de sua cidade natal, no interior de Minas Gerais, no início do ano passado, a caminho do Rio de Janeiro. Foi aprovado em Engenharia Naval na UFRJ e encarou o desafio de vir sozinho para terras cariocas, aos 19 anos. Não seria algo tão surpreendente, se Matheus não fosse de uma família muito humilde. Ele morava numa casa frequentemente atingida por inundações e já viveu num abrigo. Após ser aprovado na federal, o estudante chegou ao Rio com apenas R$ 300 no bolso.

Com tantos desafios – dentre eles, morar num imóvel precário e ter comida na mesa para se alimentar todos os dias – seu desempenho em várias disciplinas ficou comprometido, resultando em reprovação em 3 das 6 matérias cursadas.

Neste momento, ele se candidatou e conquistou uma bolsa do Instituto Reditus, associação formada por alunos e ex-alunos da UFRJ, que formou um fundo patrimonial e utiliza os rendimentos das doações recebidas para apoiar alunos em situação de vulnerabilidade com apoio financeiro, mentoria e edital de financiamento de pesquisas. O Instituto Phi apoia o Instituto Reditus.

Com o auxílio financeiro mensal de R$ 800, suporte de um mentor, eventos de uma rede de apoio, um computador e acesso gratuito a plataformas educacionais, Matheus elevou seu desempenho acadêmico em 74%, alcançando aprovação nas 5 disciplinas cursadas e elevando seu CR para 7.5, comparado ao 4.3 do período anterior.

O projeto do Instituto Reditus tem por objetivo oferecer bolsas a alunos cotistas de baixa renda dos cursos de graduação do Centro de Tecnologia (CT) e Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), da UFRJ, para apoiar a sua permanência na universidade e incentivar o seu sucesso acadêmico e profissional.

Os benefícios são renováveis ao final de cada período acadêmico, até a conclusão do curso, mediante verificação do cumprimento dos critérios de manutenção da bolsa.

Porque, para além da inserção de estudantes de diferentes origens sociais, é preciso garantir igualdade de oportunidades em sua vivência no ambiente universitário. Reditus é retribuição em latim. Que possamos espalhar a cultura da retribuição no Brasil!

 

Família a gente escolhe, sim, e Matheus escolheu a Amar

Nascido e criado em Piabetá, Rio de Janeiro, Matheus, hoje com 25 anos, foi criado pela avó materna, num lar disfuncional, onde a violência era a forma de comunicação. O menino precisava vender balas no sinal para trazer dinheiro para casa.

Não querendo mais viver essa vida, Matheus fugiu para o Centro do Rio e foi morar nas ruas. Um dia, quando tinha 12 anos, foi abordado pela equipe da Associação Amar – organização apoiada pelo Instituto Phi – e levado para a Casa de Acolhida Frei Carmelo Cox. Ele conta que ficou assustado, mas ao mesmo tempo se sentiu acolhido pelo diácono Roberto, pela educadora Márcia e por toda a equipe, como nunca havia se sentido antes.

“Eles me ensinaram a tomar gosto pela escola, a brincar e principalmente a importância de uma família. Fiquei na Casa de Acolhida até os 15 anos, pois tive que ser transferido para o abrigo. Enquanto estava neste abrigo, fui me dedicando aos estudos e comecei a fazer cursos de inglês pela internet, pois sempre tive o sonho de trabalhar no exterior”, conta Matheus.

Ao completar 17 anos, o ex-menino de rua foi reintegrado à casa da avó. Ele não queria voltar, mas o destino quis assim, e Matheus persistiu em busca de seus objetivos. Até que um dia, viu uma proposta de emprego para trabalhar embarcado num navio da empresa MSC Cruzeiros. O principal requisito era saber falar inglês, e ele sabia.

“Fui contratado como auxiliar de cozinha. A partir daí minha vida foi ficando melhor, pois estava criando minha própria independência. Estou há 3 anos na empresa, atualmente como garçom assistente. Sou muito agradecido à Amar, que me ensinou a ser um cidadão de bem e hoje minha família é com o Senhor Roberto e a Márcia, que sempre me estenderam a mão quando mais precisei. Alugo uma casa vizinha à AMAR e pretendo um dia conseguir comprar casa por lá, onde vivi os anos mais felizes de minha vida”.

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A decolonização da filantropia no combate à desigualdade

Você já ouviu falar sobre “localização” na filantropia? Essa é a pauta do Boletim Phi: a discussão sobre a necessidade de aumentar o investimento para projetos locais, isto é, desenvolvidos pela comunidade afetada pelo problema social que as doações pretendem resolver.

As organizações comunitárias abordam os desafios de controlar a própria narrativa com os atuais mecanismos de financiamento em vigor. Daí, vem outra questão: a necessidade de “descolonizar” ou “decolonizar” a filantropia.

Quem está falando sobre isso? Como podemos praticar a decolonização da filantropia? Acesse o Boletim Phi e saiba mais!

Tratamento odontológico devolve qualidade de vida a rapaz de 16 anos

Viver com dores nos dentes era a realidade de Gabriel, um rapaz de 16 anos, de Campos dos Goytacazes. Ele participava da Obra do Salvador, projeto social que capacita jovens para o primeiro emprego no município. Foi quando a instituição recebeu a visita da equipe da Turma do Bem, organização apoiada pelo Instituto Phi que oferece atendimento odontológico gratuito a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Logo, a vida de Gabriel mudou.

O jovem foi selecionado pela triagem odontológica pois tinha dentes muito estragados por cáries. A mãe, Fabiele, já havia tentado buscar o tratamento pelo SUS.

“Onde eu moro, não tem posto de saúde. Eu tentei levar em um posto vizinho várias vezes, mas não se achava dentista. Cheguei a fazer um orçamento no particular, mas não consegui pagar. Ele sentia muitas dores e nenhum remédio passava”, conta Fabiele, que é faxineira e vive com os três filhos e o marido, que é padrasto dos meninos e está desempregado.

Com o início das consultas odontológicas da Turma do Bem, o menino ficou bastante animado, conta a mãe.

“Ele adorou. Logo nas primeiras consultas, chegou em casa e me mostrou um dente que a doutora recuperou. Estava quebrado, e agora nem parece que tinha nada”.

Gabriel já realizou restauração de dentes, limpeza e um tratamento de canal. Ainda estão previstos outros tratamentos endodônticos para ele.

“Eu não tinha conseguido resolver isso para meu filho. E agora está fazendo um bem danado para ele, e para mim, né? Ver Gabriel feliz, sem dores e com mais autoestima”, comemora Fabiele, contando ainda que agora, com mais qualidade de vida, Gabriel foi selecionado para o Programa Jovem Aprendiz.

Criado e desenvolvido pela Refinaria Design. Atualizado pela Sense Design.