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De menino ‘difícil’ a atleta paralímpico do tênis de mesa
Em 2018, quando começou a frequentar o contraturno escolar na Associação Semente da Vida – a ASVI, organização apoiada há muitos anos pelo Instituto Phi na Cidade de Deus – Pedro Lucas apresentava muitos desafios. O menino, que tem uma deficiência num braço causada por uma lesão no plexo braquial na hora do nascimento, costumava ser hiperativo e impaciente.
Pedro Lucas havia sido encaminhado à ASVI pela equipe de reabilitação da Rede Sarah, que também o incentivou a participar de treinos de tênis de mesa num clube. Na ASVI, ele participou das fases I e II projeto Restituição Educacional Interativa (REI), que focam na ampliação do repertório de crianças e adolescentes, com reforço escolar, esporte, inclusão digital, cidadania e habilidades socioemocionais.
“Antes de entrar na ASVI, o Pedro havia sofrido bullying por causa de sua deficiência, então era um menino introspectivo, agitado e com baixa autoestima. Ele fazia tratamento para a questão motora, mas tinha muita vergonha. Ao participar do projeto REI, ele foi aprendendo a lidar com as suas questões e se entrosando com outras crianças, o que lhe proporcionou uma sensação de pertencimento”, conta a mãe, Alessandra.
Sua aptidão esportiva, aliada ao ganho de autoestima, o levou a conseguir, na escola onde estuda, uma vaga nas Paralimpíadas Escolares de 2021, e depois novamente em 2022 e 2023. No primeiro e no segundo ano, Pedro conquistou a prata e, no ano passado, conquistou o ouro categoria individual e prata na categoria de duplas.
Essas vitórias não apenas representaram um reconhecimento do talento esportivo dePedro Lucas, mas também simbolizaram a sua capacidade de superar desafios. Hoje, com 15 anos e uma trajetória marcada por uma transformação notável, ele éjovem aprendiz da área administrativa da ASVI, um rapaz muito sorridente e que já sonha com uma vaga nas Paralimpíadas de Los Angeles, em 2028.
Quem financia os custos operacionais de uma ONG?
Quem financia os gastos de aluguel, as campanhas de divulgação ou a compra de softwares de uma ONG? As doações para projetos são importantes, mas é com o investimento nos custos operacionais – aqueles que não são vinculados ao serviço que a organização presta – que ela pode construir uma infraestrutura robusta, inovadora, fundamental para a sua eficácia e, portanto, para cumprir com sua missão. Vamos falar sobre isso? Vem ver a nova edição do Boletim Phi!
Permanência na universidade garantida pela retribuição de ex-alunos
Matheus Avanci saiu de sua cidade natal, no interior de Minas Gerais, no início do ano passado, a caminho do Rio de Janeiro. Foi aprovado em Engenharia Naval na UFRJ e encarou o desafio de vir sozinho para terras cariocas, aos 19 anos. Não seria algo tão surpreendente, se Matheus não fosse de uma família muito humilde. Ele morava numa casa frequentemente atingida por inundações e já viveu num abrigo. Após ser aprovado na federal, o estudante chegou ao Rio com apenas R$ 300 no bolso.
Com tantos desafios – dentre eles, morar num imóvel precário e ter comida na mesa para se alimentar todos os dias – seu desempenho em várias disciplinas ficou comprometido, resultando em reprovação em 3 das 6 matérias cursadas.
Neste momento, ele se candidatou e conquistou uma bolsa do Instituto Reditus, associação formada por alunos e ex-alunos da UFRJ, que formou um fundo patrimonial e utiliza os rendimentos das doações recebidas para apoiar alunos em situação de vulnerabilidade com apoio financeiro, mentoria e edital de financiamento de pesquisas. O Instituto Phi apoia o Instituto Reditus.
Com o auxílio financeiro mensal de R$ 800, suporte de um mentor, eventos de uma rede de apoio, um computador e acesso gratuito a plataformas educacionais, Matheus elevou seu desempenho acadêmico em 74%, alcançando aprovação nas 5 disciplinas cursadas e elevando seu CR para 7.5, comparado ao 4.3 do período anterior.
O projeto do Instituto Reditus tem por objetivo oferecer bolsas a alunos cotistas de baixa renda dos cursos de graduação do Centro de Tecnologia (CT) e Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), da UFRJ, para apoiar a sua permanência na universidade e incentivar o seu sucesso acadêmico e profissional.
Os benefícios são renováveis ao final de cada período acadêmico, até a conclusão do curso, mediante verificação do cumprimento dos critérios de manutenção da bolsa.
Porque, para além da inserção de estudantes de diferentes origens sociais, é preciso garantir igualdade de oportunidades em sua vivência no ambiente universitário. Reditus é retribuição em latim. Que possamos espalhar a cultura da retribuição no Brasil!
Imprensa e Terceiro Setor – Guia Prático Para Jornalistas
Uma publicação especial repleta de informações sobre o Terceiro Setor, criada para ajudar jornalistas em sua missão de elucidar questões complexas e levar informações cruciais à sociedade.
Família a gente escolhe, sim, e Mateus escolheu a Amar
Via Ápia
Depois de estrear na literatura com a coletânea de contos O sol na cabeça e alçar de imediato a condição de ponta de lança da ficção brasileira, com forte repercussão internacional, sendo publicado por grandes editoras em mais de dez países, Geovani Martins publica seu primeiro romance ― Via Ápia. Nesta engenhosa narrativa sobre os impactos da instalação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na vida dos moradores da Rocinha, a trama é dividida em três partes: a expectativa com relação à invasão; a ruidosa instalação da UPP; e a silenciosa partida da polícia e a retomada dos bailes funk que fazem o chão da favela tremer. Em capítulos curtos, que trazem perspectivas cruzadas, o narrador nos conduz pelas vidas dos cinco jovens protagonistas ― suas paixões, amizades, dramas pessoais, ambições, frustrações, sonhos e pesadelos.
Brilhante nos diálogos e mestre na narrativa, Martins é também certeiro no diagnóstico dos efeitos perversos da guerra às drogas. Ao enviar sua tropa de choque para a Rocinha, o Estado parece apresentar uma única resposta aos problemas do Brasil: a morte. A resposta dos moradores é bem outra: a vida, sempre ela, é o que faz a favela pulsar.
Aurora
Da criadora da Obvious, comunidade com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, e do podcast Bom dia, Obvious, Aurora é um convite a todas as mulheres que estão exaustas das demandas que elas mesmas e a sociedade fazem sobre suas carreiras, seus relacionamentos, seus corpos, suas personalidades.
Com o humor inteligente que lhe é peculiar e muita empatia, Marcela Ceribelli intercala relatos de experiências pessoais com estudos científicos e comentários de especialistas das mais diversas áreas (como psicologia, moda, saúde e artes), investigando as origens das expectativas que recaem sobre as mulheres e apontando caminhos para um despertar mais amoroso.
Abraçando aComplexidade
Rumo a uma compreensão compartilhada que visa financiar uma mudança de sistemas.
A decolonização da filantropia no combate à desigualdade
Você já ouviu falar sobre “localização” na filantropia? Essa é a pauta do Boletim Phi: a discussão sobre a necessidade de aumentar o investimento para projetos locais, isto é, desenvolvidos pela comunidade afetada pelo problema social que as doações pretendem resolver.
As organizações comunitárias abordam os desafios de controlar a própria narrativa com os atuais mecanismos de financiamento em vigor. Daí, vem outra questão: a necessidade de “descolonizar” ou “decolonizar” a filantropia.
Quem está falando sobre isso? Como podemos praticar a decolonização da filantropia? Acesse o Boletim Phi e saiba mais!
O Futuro da Filantropia no Brasil: Contribuir para a justiça social e ambiental
O Instituto Beja iniciou em 2023 o movimento Filantropando. Um encontro para pensar e discutir o futuro da Filantropia no Brasil e em como a sociedade pode contribuir para as causas de justiça social e ambiental com a presença de mais de 20 filantropos e diversos Executivos responsáveis por projetos sociais.
Com o tema “Oxigenando boas ações”, eles realizaram uma pesquisa estratégica em parceria com a consultora Silvia Bastante da Braymont Philanthropy Advisory com entrevistas de profissionais do setor e especialistas em que abordaram sobre a importância de mudanças sistêmicas, as causas de problemas sociais e como diminuir a desigualdade social no país através dos recursos obtidos. No encontro presencial, foram convidados para debater o tema ,o diretor da Skoll Centre for Social Entrepreneurship da Universidade de Oxford, Peter Drobac e a fundadora do Synergos Institute, Peggy Dulany.
Leia a pesquisa na íntegra aqui ou baixe através do site: https://institutobeja.org/filantropando/OXY01_FILANTROPANDO_DIGITAL_PT.pdf
Decolonizing Wealth
‘Decolonizing Wealth’ (em tradução livre “Decolonizando a riqueza”, sem edição ainda no Brasil) é uma análise provocativa da dinâmica colonial disfuncional em jogo na filantropia e nas finanças. O premiado executivo filantrópico Edgar Villanueva baseia-se nas tradições da maneira nativa de prescrever o remédio para restaurar o equilíbrio e curar nossas divisões.
Embora pareça contraintuitivo, a indústria filantrópica evoluiu para espelhar as estruturas coloniais e reproduzir a hierarquia, causando, em última análise, mais danos do que benefícios. Depois de 14 anos na filantropia, Edgar Villanueva viu além da fachada glamorosa e altruísta do campo e viu suas sombras: as redes dos velhos garotos, os complexos de salvadores e a opressão internalizada entre os “escravos domésticos” e aquelas poucas pessoas de cor selecionadas. quem ganha acesso. Todos estes financiadores reflectem e perpetuam a mesma dinâmica subjacente que nos separa deles e entre os que têm e os que não têm. Na mesma medida, denuncia a reprodução de sistemas de opressão, ao mesmo tempo que defende uma orientação para a justiça que abra as comportas a uma maré crescente que levanta todos os barcos. Na terceira e última secção, Villanueva oferece provocações radicais aos financiadores e descreve os seus Sete Passos para a Cura.
Com grande compaixão – porque a forma nativa é trazer o opressor para o círculo da cura – Villanueva é capaz de diagnosticar as falhas fatais na filantropia e fornecer soluções ponderadas para estes desequilíbrios sistêmicos.
Tratamento odontológico devolve qualidade de vida a rapaz de 16 anos
Viver com dores nos dentes era a realidade de Gabriel, um rapaz de 16 anos, de Campos dos Goytacazes. Ele participava da Obra do Salvador, projeto social que capacita jovens para o primeiro emprego no município. Foi quando a instituição recebeu a visita da equipe da Turma do Bem, organização apoiada pelo Instituto Phi que oferece atendimento odontológico gratuito a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Logo, a vida de Gabriel mudou.
O jovem foi selecionado pela triagem odontológica pois tinha dentes muito estragados por cáries. A mãe, Fabiele, já havia tentado buscar o tratamento pelo SUS.
“Onde eu moro, não tem posto de saúde. Eu tentei levar em um posto vizinho várias vezes, mas não se achava dentista. Cheguei a fazer um orçamento no particular, mas não consegui pagar. Ele sentia muitas dores e nenhum remédio passava”, conta Fabiele, que é faxineira e vive com os três filhos e o marido, que é padrasto dos meninos e está desempregado.
Com o início das consultas odontológicas da Turma do Bem, o menino ficou bastante animado, conta a mãe.
“Ele adorou. Logo nas primeiras consultas, chegou em casa e me mostrou um dente que a doutora recuperou. Estava quebrado, e agora nem parece que tinha nada”.
Gabriel já realizou restauração de dentes, limpeza e um tratamento de canal. Ainda estão previstos outros tratamentos endodônticos para ele.
“Eu não tinha conseguido resolver isso para meu filho. E agora está fazendo um bem danado para ele, e para mim, né? Ver Gabriel feliz, sem dores e com mais autoestima”, comemora Fabiele, contando ainda que agora, com mais qualidade de vida, Gabriel foi selecionado para o Programa Jovem Aprendiz.