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Projetos Apoiados filantropia

Por que precisamos de uma revolução radical de generosidade

Artigo de Asha Curran, criadora e CEO do GivingTuesday, publicado originalmente em https://medium.com/unleashing-generosity/why-we-need-a-radical-generosity-revolution-cbd0ed641edc.

O GivingTuesday (Dia de Doar) começou com uma grande ambição e, ao mesmo tempo, um questionamento: poderia ser criada uma data que comemorasse as virtudes e recompensas de retribuir, em contraposição aos dias de consumir (como na Black Friday)? Seria possível tirar partido do poder da hiperconectividade digital e da colaboração para tornar a generosidade viral?

A resposta foi um retumbante e inspirador sim. A ideia se espalhou rapidamente além das fronteiras dos Estados Unidos, onde a data surgiu, tornando-se um movimento global dentro de poucos anos. Ao mesmo tempo, tornou-se hiper local, com líderes comunitários de cidades de todo o mundo reunindo organizações, escolas, famílias e empresas numa corrente do bem através da doação.  Não há lugar no mundo que não tenha participado do GivingTuesday de alguma maneira em 2019.

O GivingTuesday não é, ao contrário de algumas percepções, um dia de angariação de fundos, apesar de realmente inspirar uma quantidade notável de contribuições em dinheiro para organizações sem fins lucrativos. A doação é apenas uma de um número infinito de possibilidades de iniciativas. É um dia que celebra a generosidade por sua definição mais abrangente, lembrando-nos do significado real de “filantropia:” “amor à humanidade”.

Comemoração do Giving Tuesday promovido pela plataforma de crowdfunding Launch Good, focada na comunidade muçulmana de todo o mundo

A generosidade no Dia de Doar é expressa como apoio às organizações da sociedade civil, mas também em atos de bondade, empatia, conexão, solidariedade. Em uma era de movimentos, o GivingTuesday é, como a maioria deles, alimentado pela ideia de que muitas pessoas agindo juntas podem causar mudanças radicais. É uma celebração do impacto positivo que cada pessoa, de qualquer idade, religião ou região, pode causar.

Diferentemente da “caridade”, a generosidade como valor é, como o amor, um nivelador – é fundamentalmente equitativo no sentido de que todos têm algo a dar, e a generosidade de ninguém é mais importante que a de qualquer outra pessoa. 

Observar a enxurrada de generosidade no GivingTuesday é como assistir a uma revoada de estorninhos – a coordenação quase mágica, mas altamente regimentada, de muitos seres individuais para criar um efeito abrangente e unificado, prazeroso de se ver.

Ao mesmo tempo, parece que o mundo ao nosso redor se tornou radicalmente menos generoso. Qualquer que seja o oposto de generosidade – ganância, egoísmo, mesquinhez -, vemos isso na extrema desigualdade de renda nos Estados Unidos e em suas muitas e fatais consequências: na eleição de governos extremistas em países de todo o mundo e políticas que se manifestam em austeridade, abuso e intolerância; na ambição daqueles que têm muito mais do que jamais precisarão e continuam a buscar por mais e mais; nos maus-tratos às pessoas que fogem de desastres climáticos ou genocídios. É evidente na silenciosa epidemia de solidão. 

O que todos os movimentos compartilham é o que os autores Max Haiven e Alex Khasnabish chamam de “imaginação radical”, um espaço compartilhado para imaginar e criar um mundo em que queremos viver, não num futuro distante, mas o mais rápido possível. A palavra radical deriva de “raiz” e os movimentos imaginam mudanças nos níveis mais fundamentais. 

O movimento #MeToo não imagina simplesmente um mundo em que os predadores sexuais são punidos por seus pecados, mas um mundo em que as mulheres não são atacadas, para começar. O Movimento Occupy imaginou um mundo onde é intolerável que alguns tenham tanto enquanto outros tenham tão pouco, o que envolveria sistemas, estruturas e políticas completamente reconstruídos. Até mesmo os movimentos alimentados pelo ódio compartilham um espaço de imaginação radical e contam com a mesma dinâmica coletiva.  Alguns pensam em movimentos, com seu poder de reivindicar e utilizar a força popular, como revoluções. Revoluções, afinal, causam “uma mudança radical e generalizada na sociedade e na estrutura social”.

A equipe da GivingTuesday acredita que o mundo está muito pronto para uma revolução de generosidade. Uma generosidade radical, que reimagina nosso mundo como um lugar onde não apenas trabalhamos mais para aliviar esses danos, mas onde não os toleramos. Um mundo em que nosso senso de solidariedade faz com que percebamos o dano a outro da mesma maneira que perceberíamos a nós mesmos.

GivingTuesday é um espaço para imaginar coletivamente esse mundo, um prisma através do qual podemos enxergar o que é possível. A imaginação está sempre emparelhada com a ação; com trabalho real e transpiração diária, a comunidade global está imaginando e construindo um mundo impulsionado pela generosidade e tudo o que leva a ela – comportamentos altruístas aumentados, comunidades fortalecidas e com vínculos interpessoais, maior participação cívica. E, finalmente, um mundo mais justo.

Minha esperança para 2020 e além é que cada vez mais pessoas assumam o trabalho de tornar a generosidade central em nossas vidas. Não é um trabalho difícil (é altamente gratificante de muitas maneiras mensuráveis, de fato). Não precisa parecer dramático, mas seus efeitos podem ser – a criação de um mundo onde todos são cuidados. Isso não deve ser uma coisa tão radical de se imaginar.

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Cariocas que transformam o Rio

Se você pudesse ajudar a resolver um problema social do Rio de Janeiro, qual seria? Saúde, educação, segurança, desemprego, exclusão cultural? E que grupo em situação de vulnerabilidade mais te comove? Crianças, idosos, população de rua?

E se te dissessem que você pode, sim, fazer parte da transformação social da cidade? Várias organizações da sociedade civil vêm suprindo essas lacunas, com projetos de grande impacto espalhados por vários bairros do Rio. Mas poderiam fazer mais, com mais recursos. Como forma de criar uma ligação direta com os moradores e de juntar esforços para transformar a realidade da região, um grupo de mais de 17 entidades está lançando a campanha Doa Rio. Os cariocas são convidados a demonstrar seu apoio e seu amor pelo Rio, fazendo a sua doação para entidades locais. A campanha será veiculada de 25 de novembro até o Dia de Doar, 3 de dezembro.

A Doa Rio é uma iniciativa conjunta de Instituto Phi, Instituto Desiderata, Banco da Providência, Saúde Criança, Rede Cruzada, Instituto Apontar, Instituto da Criança, Solar Meninos de Luz, ASVI, Instituto Ekloos. Semeando Amor, Efeito Urbano, Instituto Mundo Novo, Sparta Rio, Agência do Bem, Cia 2 Banquinhos e Educar+. As doações poderão ser feitas pela pela plataforma da Benfeitoria, no https://benfeitoria.com/ doario.

 “A ação foi criada para conectar os cariocas com as causas que mais os comovem e com suas organizações. Queremos valorizar projetos que já vêm fazendo um trabalho de excelência e estimular os indivíduos a partir para a ação para construirmos juntos a cidade que queremos viver”, destaca a fundadora e diretora-executiva do Instituto Phi, Luiza Serpa.

Como faz parte do Dia de Doar, que promove a solidariedade e a generosidade por meio da conexão de pessoas com projetos sociais de todo o país, o movimento estimula que os participantes tornem públicas as suas doações, compartilhando nas mídias sociais com as hashtags #diadedoar e #doario

No país, o Dia de Doar começou em 2013, um ano depois da primeira edição nos Estados Unidos, em 2012. A partir de 2014 o Brasil passou a fazer parte do movimento global, que hoje conta com 55 países participando oficialmente, e ações sendo realizadas em mais de 190.

 Lá fora, o Dia de Doar tem nome de #GivingTuesday, que significa “terça-feira da doação”. Vem na sequência de datas comerciais já famosas, como as BlackFriday e CyberMonday. É sempre realizado na primeira terça-feira depois do Dia de Ação de Graças (o Thanksgiving Day).

A campanha nacional do Dia de Doar é realizada pelo Movimento por uma Cultura de Doação, que reúne organizações e indivíduos que atuam pela promoção de um país mais generoso. A Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) é a representante oficial da data no Brasil.

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Nexus: em busca de soluções para problemas globais

Seiscentas pessoas, dentre filantropos, investidores de impacto e inovadores sociais, de quase 70 países, estiveram reunidos explorando soluções para problemas urgentes do planeta no 9º Encontro Anual da Nexus Global Summit, conferência realizada de 25 a 27 de julho em Nova York. A maior delegação? A brasileira.

Por mais que seja uma boa notícia que tantos brasileiros estejam comprometidos com uma causa e dispostos a trabalhar por uma sociedade mais justa, não podemos esquecer do motivo por que isso acontece: suprir demandas que não são atendidas de modo satisfatório pelos governos. Luiza Serpa, diretora executiva do Instituto Phi, estava lá, com uma agenda cheia de inspiração, conexões e aprendizados.

Luiza Serpa (na frente, a quarta da esq. para dir.), com delegação brasileira no Nexus Summit

Luiza conta que teve a oportunidade de ver, na sede da ONU, a força da juventude e o quanto eles transformam o mundo quando partem para ação. Confira alguns dos destaques da conferência internacional:

Cara Delevinge:  A jovem modelo e ativista inglesa Cara Delevinge criou a campanha #MyEcoRevolution, que destaca que a escalada da destruição ambiental e uma crise de saúde mental sem precedentes estão nos mostrando que nosso modo de vida não está funcionando, nem para nós nem para o planeta.

“Não são apenas os níveis de felicidade que diminuem, independentemente do crescimento econômico, desenvolvimento ou prosperidade, mas, de acordo com o relatório de 2018 do IPCC, temos apenas 12 anos para limitar as catastróficas mudanças climáticas. Embora não haja dúvida de que esta é uma verdade chocante e aterrorizante, vemos isso como um convite para a mudança e uma oportunidade para evoluir. Acreditamos que outro caminho é possível e temos fé que juntos podemos co-criar um mundo no qual tanto as pessoas quanto o planeta prosperem”, diz Cara.

→ Valarie Kaur: Quais os caminhos para desenvolvermos a empatia real que nos faz agir em favor dos outros, ao invés de ficarmos presos às nossas próprias dores e lamentações? Em palestra poética e inspiradora, a ativista americana pelos direitos civis pede que, nesses tempos de polarização e ódio crescentes, reivindiquemos o amor como um ato revolucionário.  Valarie imagina um mundo o onde o amor seja uma ética pública. Não um sentimento sobre o qual não temos controle, mas um valor e uma habilidade que pode ser ensinada e exercitada para que as sociedades humanas se construam sob um novo modelo de relação. 

→ Dear World: A organização “Querido Mundo” tem como objetivo contar histórias através da fotografia. Os fotógrafos voluntários pedem às pessoas para compartilhar algo sobre si mesmas ou para enviar uma mensagem para alguém, independentemente da religião, raça ou idioma. Desde a sua criação, o dearworld.org compartilhou histórias de amor e perda dos sobreviventes do bombardeio da Maratona de Boston, cidadãos do Sudão do Sul no quinto aniversário da fundação da nação, refugiados sírios na Jordânia e pessoas que foram escravas durante a infância em Jaipur, Índia. O Dear World já fotografou mais de 50 mil pessoas em todo o mundo.

Luiza Serpa clicada pela ONG Dear World, que conta histórias através da fotografia

Projeto Selina: A rede panamenha de hotéis Selina tem uma proposta bem diferente: oferecem precinho de Airbnb, a vibe de albergues e ‘surf camps’, o conforto e a qualidade do serviço em hotéis e espaços de coworking, meditação, ioga e muitas atividades que envolvem a comunidade local. O espaço é perfeito para quem é nômade digital, público que é o grande foco da rede. Uma das grandes aspirações deles é a de poder “dar de volta” à comunidade onde estão inseridos, por isso oferecem atividades de voluntariado como forma de pagamento e valorização da arte local.

→ The Pad Project: A organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos foi criada pelas produtoras do documentário “Absorvendo o Tabu”, vencedor do Oscar, que apresenta um grupo de mulheres indianas que usam uma nova máquina para criar absorventes higiênicos de baixo custo para ter sua independência financeira e, ao mesmo tempo, melhorar a questão da higiene feminina em sua aldeia. Hoje, seus absorventes estão sendo usados em 40 aldeias na área rural da Índia. O documento também dá aos espectadores uma amostra de como a menstruação é um tabu nessas comunidades, onde 23% das meninas abandonam a escola quando atingem a puberdade devido a seus períodos menstruais.

→ Turma do Jiló: Tendo à frente Carolina Videira, mãe de uma criança com deficiência, a ONG brasileira Turma do Jiló foi à ONU mostrar seu trabalho pela inclusão escolar. A ONG realiza um levantamento de dados para identificar as demandas existentes em escolas, identificando barreiras e atuando de maneira consistente e transformadora. O trabalho inclui capacitação de professores e funcionários e o fortalecimento do vínculo família e escola, oferecendo um espaço de escuta e acolhimento e aproximando os pais das necessidades e potencialidades de seus filhos. O principal resultado que a Turma do Jiló pretende alcançar é a redução substancial da evasão escolar nas escolas brasileiras e diminuição efetiva de denúncias de violência escolar (tais como bullying e preconceito) ao Ministério Público.

Luiza, que pela segunda vez em 2019 participa de uma conferência internacional, diz que volta com o sentimento de que faz um trabalho muito bom, mas que ainda é pouco – pela cidade, pelo país, pelas minorias.

“Não sou ativista por uma ou outra bandeira; sou fazedora, do tipo que se depara com um problema concreto e se propõe a resolver. Acabo me realizando com as pequenas mudanças que dou conta de fazer acontecer, mas quero fazer mais! Não conheci todos os brasileiros da delegação, mas os que conheci me encheram de orgulho e inspiração. Estamos juntos e tenho certeza que faremos o nosso país melhor a cada dia”, diz a diretora do Phi.

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Para ver de novo o sol da Amazônia

Imagine ver o sol outra vez depois de 20 anos. Em junho do ano passado, a sócia-fundadora e diretora Institucional do Instituto Phi, Fernanda Tizatto*, pôde acompanhar a reação de índios do Xingu que passaram pela experiência de voltar a enxergar após uma cirurgia de catarata. Fernanda participou de uma expedição da Associação Médicos da Floresta (AMDAF) na cidade de Canarana (MT), porção sul da Amazônia brasileira, e por dez dias acompanhou o projeto Olhos do Xingu, de atendimento oftalmológico gratuito nas aldeias. Em tempos de intensificar o respeito aos povos indígenas, decidimos contar mais sobre esse lindo trabalho.

A história da AMDAF começou com o objetivo de mapear as necessidades oftalmológicas de aldeias indígenas isoladas. No primeiro ano, 2016, o grupo de voluntários realizou quatro expedições ao Parque Indígena do Xingu. Com as primeiras visitações, eles puderam constatar de imediato a importância do projeto social que estava sendo iniciado ali.

O trabalho foi ganhando força e representatividade nas comunidades, não só com oftalmologistas, mas também clínicos gerais, enfermeiros, dentistas e tecnólogos, dentre outros tantos profissionais voluntários se dispondo a dedicar alguns dias durante o ano para entender e atender as necessidades das aldeias que estavam sendo visitadas.

Oftalmologista voluntário examina pacientes de aldeia indígena após cirurgia de catarata

Chegar ao Parque Indígena do Xingu não é fácil. Quem vai do Sudeste pega um voo para Goiânia, depois um ônibus até Canarana – a viagem dura cerca de 12 horas – e finalmente viaja de carro, num trajeto de cerca de 2 horas. Mesmo assim, a cada expedição, a AMDAF leva cerca de 30 voluntários, além de equipamentos e insumos para as consultas e cirurgias.

“Pude vivenciar o que o Instituto Phi prega da forma mais simples e pura que é o conceito de filantropia e altruísmo”, diz Fernanda.

Três anos depois, em 12 expedições, já foram realizados 5.381 atendimentos oftalmológicos, 2.152 atendimentos de clínica médica, 115 cirurgias de catarata e pterígios e 1.515 procedimentos odontológicos (tratamento de canal, exodontia, obturações, restauração completa e produção de próteses). Além disso, 1.800 óculos foram entregues, graças a uma parceria com a organização sem fins lucrativos One Dollar Glasses, da Alemanha, que fabrica óculos de grau extremamente resistentes e de baixo custo. O Parque Indígena do Xingu tem mais de 27 mil quilômetros quadrados e cerca de 6 mil habitantes de 16 diferentes etnias.

“Vi que o Brasil é um país muito maior do que imaginamos; no Sudeste, a gente acaba ficando dentro de uma bolha e não se dá conta da riqueza da nossa cultura. Fico envergonhada por constatar como minha visão da comunidade indígena era limitada”, diz Fernanda, ressaltando que a imagem estereotipada faz com que a maioria das pessoas pensem que os índios são os mesmos desde 1500 e que devem mesmo permanecer parados no tempo para que sua identidade seja reconhecida na atualidade.

Sim, os índios do Xingu constroem suas casas, suas canoas, pescam, caçam, tecem suas redes, produzem as ferramentas utilizadas no dia a dia, como vasos de cerâmica, cestos, flechas, arcos. Por isso mesmo, a perda da visão causada pela catarata é tão incapacitante. Mas eles também vão à escola, assistem o noticiário e se organizam para defender seu território coberto por florestas do desmatamento causado pelo avanço da agropecuária, da grilagem e pela abertura de estradas ilegais.

“É muito impactante quando os médicos tiram o tapa-olho, o semblante dos pacientes fica totalmente diferente. De uma hora para outra, esses índios podem voltar a ser participativos em suas aldeias. É um trabalho de inclusão social dos indígenas em suas próprias comunidades”, destaca Fernanda.

Em junho, foi firmada uma parceria entre a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, e a Associação Médicos da Floresta com o objetivo ampliar a oferta de tratamentos de oftalmologia e odontologia para indígenas de regiões longínquas.

Quem quiser conhecer melhor o trabalho da AMDAF pode assistir ao média-metragem “Olhos do Xingu”, no YouTube:

*Fernanda Tizatto viajou ao Xingu para um trabalho de medição de impacto social do projeto Médicos da Floresta para o escritório Pinheiro Neto Advogados.

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5 documentários brasileiros sobre iniciativas que mudam vidas

Rio de JaneiroSão Paulo

A vida é cheia de momentos que nos dão “cliques” sobre alguma realidade que, até então, desconhecíamos. É como se um véu saísse da frente dos nossos olhos e então passamos a enxergar coisas com mais clareza. Por isso, no Dia do Cinema Brasileiro, o Instituto Phi fez uma lista de documentários nacionais que têm esse poder: abrem nossa cabeça para alguns temas sensíveis da realidade brasileira ou mesmo mundial, com histórias inspiradoras de pessoas que tomaram consciência de seu próprio poder de transformação e estão mudando vidas.

Quem se importa (2013)

Disponível para aluguel no Vimeo: http://bit.ly/2WOVuuu

Dirigido pela brasileira Mara Mourão, o longa metragem registra a trajetória de 18 empreendedores sociais, homens e mulheres que têm como ponto de partida uma demanda social a atender (do analfabestimo à produção de energia limpa) e, como método, a ação. Filmado em sete países, a produção pretende estimular jovens que, como muitos personagens do documentário, estão tentando dar uma nova cara ao mundo, mais justa e sustentável.

Conectados Transformamos (2014)

Disponível gratuitamente no YouTube: http://bit.ly/2IW6egJ

O filme, organizado pela Social Good Brasil, apresenta seis histórias de pessoas que decidiram agir pela mudança que desejam ver no mundo. São histórias como a do Projeto Integrar, que prepara alunos para ingressar nas universidades, e do Banco de Maricá, um programa de moeda social. Inspiração e impulso para quem pensa em empreender socialmente.

CenaRIO: Sustentabilidade em Ação (2016)

Disponível gratuitamente no YouTube: http://bit.ly/2KqSYUB

O documentário produzido pelo Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável do PNUD foi feito por 30 estudantes cariocas que catalogaram iniciativas que mostram a força empreendedora do povo brasileiro – gente que passa longe de celebridades do mundo tecnológico ou inovadores com Ted Talks famosíssimas. Os personagens são 16 microempreendedores que conseguiram incorporar práticas sustentáveis aos seus negócios diários, da arquitetura ao comércio, passando por moda e artesanato.

Nunca me Sonharam (2017)

Disponível no YouTube para compra ou locação: http://bit.ly/2WQAQKE

Lançado em 2017, o documentário brasileiro dirigido por Cacau Rhoden e produzido pela Maria Farinha Filmes discute a situação da educação pública do país a partir da visão de jovens de dez estados brasileiros. A pluralidade das juventudes, a formação de identidade na adolescência e as pressões para tomarem parte na sociedade são questões bem exploradas por este documentário inspirador.

Histórias da Fome no Brasil” (2017)

Disponível gratuitamente no YouTube: http://bit.ly/31KB2dg

O filme mostra uma cronologia da fome no país.  Do Brasil Colônia, onde foram plantadas as sementes das desigualdades sociais, até as políticas públicas que culminaram na saída do Brasil, em 2014, do Mapa da Fome divulgado pela ONU. O filme aponta o pensamento daqueles que “nadaram contra a corrente”, como Josué de Castro, Dom Helder, Betinho e tantos outros, que acreditaram que a fome era um mal reversível, ocasionada pelos homens e suas políticas. Quando foi finalizado, o filme não previa que o Brasil voltaria aos patamares de Vxtrema pobreza e estaria sob sério risco de voltar ao Mapa da Fome.

“Não deixe a Peteca Cair” (2016)

Veja o trailer no Vimeo: http://bit.ly/2MVdHC7

Quando Sebastião resolveu transformar um terreno íngreme e lamacento em quadra de badminton para ensinar as crianças da comunidade da Chacrinha, Zona Oeste do Rio, ele foi chamado de louco. O esporte era praticamente desconhecido e pouco praticado no país. Quase 20 anos depois, o Brasil participa pela primeira vez dessa modalidade nas Olimpíadas, graças a uma equipe apaixonada e a uma metodologia única e inovadora que une o esporte ao samba carioca. O documentário dirigido por Kátia Lund e Fifi Fialho e produzido pela Jabuti Filmes é o primeiro de uma série que apresenta projetos culturais e esportivos de cinco comunidades cariocas como alternativa de geração de renda e “commodities sociais”. Além do Miratus Badminton, são eles o Circo Crescer e Viver, o Nós do Morro, o Jongo da Serrinha e o Cinema Nosso.

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