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Mais oportunidades para Maria Vitória

O segundo nome de Maria Vitória faz jus às conquistas da menina de 10 anos, que pouco a pouco vem evoluindo dentro de seu quadro de paralisia cerebral. Mas sua primeira vitória veio antes do diagnóstico, quando a microempreendedora Maria do Carmo Assis, ao ouvir o choro constante da bebê de apenas 2 meses vindo de uma casa próxima ao seu estabelecimento, desejou adotá-la. Somente agora o processo foi finalizado, mas desde aquela época, as duas Marias são mãe e filha.

A família biológica não tinha condições de cuidar de Maria Vitória e entregou a bebê. A paralisia cerebral foi descoberta um pouco depois da chegada à nova família, com as complicações de saúde da bebê e a realização de exames. Mas a patologia não teve nenhum impacto na decisão sobre a adoção, conta Maria do Carmo. Como toda criança, ela era e é frágil e adorável.

Além disso, a nova mamãe sabia que todas as conquistas das crianças dependem das experiências vividas e da relação com responsáveis que estejam atentos ao bebê. Por isso, ela diz que fica muito feliz porque a filha teve a oportunidade de ganhar uma mãe e um pai dedicados e que a amam tanto.

“Maria Vitória não anda, não fala e não enxerga. Mas ouve tudinho e participa. Gosta de música, principalmente forró, e dança, joga o corpinho para cima. Essa criança Deus me deu para minha felicidade”, diz a mãe.

A família morava em Angra dos Reis, mas há 3 anos eles vieram para o Rio, onde moram no bairro do Acari. Com o diagnóstico de Maria Vitória, Maria do Carmo procurou a One by One, organização na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, que trabalha para proporcionar inclusão social para famílias com crianças com deficiência e em vulnerabilidade social. A One by One é apoiada pelo Instituto Phi.

Vitória vai conquistando vitórias a cada dia; já fez uma cirurgia de correção na coluna e ganhou a cadeira de rodas sob medida doada pela One by One, no projeto apoiado pelo Phi, que foi o primeiro passo para a mobilidade física e social de Maria Vitória.

Os obstáculos ainda são muitos, especialmente os impostos pelas injustiças da sociedade: diante das escadarias para chegar à casa na comunidade onde moram, a batalhadora Maria do Carmo, que hoje é aposentada, fez um empréstimo para construir um elevador de carga para transportar Vitória em sua cadeira.

“Mas o impacto de uma cadeira de rodas sob medida é a inclusão. Com a cadeira, Maria Vitória pode ir à rua, passear em parques, com maior conforto. Isto significa qualidade de vida para ela e para nossa família. E tudo que queremos é que ela seja feliz”, diz Maria do Carmo.

Boletim Phi: um convite ao trabalho colaborativo

O Cristo Redentor ficou laranja no Dia de Doar! Com esta ação simbólica, promovida pelo Instituto Phi, agradecemos a generosidade individual e coletiva de nossos doadores ao longo de 2022.

Nesta edição de fim de ano do Boletim Phi, apresentamos soluções criadas por organizações da sociedade civil, pré ou durante a Covid, que são visionárias e podem inspirar políticas públicas para o Brasil. Estamos prontos para trabalhar colaborativamente em 2023!

Acesse aqui e boa leitura!

Enfrentamento ao racismo: como a História explica o Brasil de hoje

Entrevista com Tiago Rogero

Foto: Leo Martins / Divulgação

Qualquer projeto ou articulação para um Brasil melhor, tema central deste Boletim Phi, exige o firme e real compromisso de enfrentamento ao racismo e fortalecimento da equidade racial. Conversamos com o jornalista Tiago Rogero, criador do Projeto Querino, podcast narrativo e série de reportagens na revista Piauí que aborda a contribuição da população negra na formação do Brasil e como a História explica o Brasil de hoje. Confira:

Como a História explica o Brasil de hoje e como ela impacta no desenvolvimento da democracia?

Esse é quase um bordão que usamos no projeto, porque a gente consegue achar explicação para boa parte dos problemas do Brasil com um olhar mais apurado, complexo e diverso sobre o passado. A versão oficial da História, branca, masculina e europeia, não dá conta de explicar por que o país tem mais de 30 milhões de pessoas passando fome, por que tem uma categoria majoritária da sociedade que é tratada até hoje como minoria. Os movimentos negros vêm contando versões mais completas da História e batendo na tecla de que, enquanto houver racismo, não haverá uma democracia de fato, em que todas as pessoas sejam partícipes da sociedade.

Sucesso nas plataformas de áudio, o podcast Projeto Querino ultrapassou 1 milhão de downloads. Como você avalia essa receptividade?

Eu confesso que fico surpreso. Não pela qualidade, porque ele foi feito com muito cuidado, foram 2 anos e 8 meses de muito trabalho para lançar, com uma equipe de mais de 40 pessoas. Mas me surpreendeu porque o Brasil é um país racista e, embora as pessoas negras sejam mais da metade da população, reina no país a mais bem contada mentira de todas, que é o mito da democracia racial. Então, eu tinha receio de que mesmo pessoas negras não fossem ouvir por acreditar que fosse ‘mimimi’.

Desde que você criou o seu primeiro podcast com uma visão afrocentrada, o Negra Voz, quais foram os pontos mais importantes que passaram a figurar na pauta racial?

Um elemento catalisador importante na pauta racial é o assassinato do George Floyd, em 2020. Mortes como a dele acontecem no Brasil mensalmente, semanalmente, e não geram esse tipo de comoção. A dele, por ter sido nos Estados Unidos, e também num contexto de pandemia, com a mobilização de muitos artistas americanos – e a gente aqui no Brasil consome muito essa cultura – ganhou grande atenção também da imprensa brasileira que, a partir daí, passa a dar atenção para esse tipo de morte.

O conteúdo do Projeto Querino tem sido usado nas salas de aula. Qual o papel das escolas para a desconstrução do racismo?

É vital, porque no Brasil o ambiente escolar é geralmente onde as crianças negras se percebem negras, por meio de uma experiência traumática. Por isso, é tão importante a aplicação da Lei 10.639, que obriga as escolas a ensinarem sobre história e cultura afro-brasileira. Mas não só a aplicação da lei, como também a capacitação dos professores, para que estejam preparados para lidar com situações de racismo na escola, e para que não sejam eles mesmos os perpetuadores do racismo.

O nome do podcast é uma homenagem a Manuel Raimundo Querino, intelectual negro considerado o primeiro historiador da arte baiana.

Marte Um

Considerado o grande filme brasileiro de 2022 e uma aposta para o Oscar 2023, “Marte Um” mostra o cotidiano de uma família, nos últimos meses de 2018, que mora na periferia de uma grande cidade mineira. A filha mais velha do casal Wellington e Tércia é uma jovem estudante da Universidade Federal e o filho mais novo é um menino sonhador, que gosta de futebol e tem interesse em astronomia.

O filme traz à tona os sentimentos mais profundos e as reflexões dessa família impactada pelas desigualdades e injustiças sociais. É possível compreender o cenário político e econômico do período em que a história é retratada e como algumas decisões afetam os sonhos e a realidade de uma parcela da população. Valorize o cinema nacional! “Phica” a dica.

Trilha da Captação Inteligente

Captar recursos é um dos maiores desafios para muitos empreendedores e organizações sociais. As dúvidas vão desde como contactar possíveis doadores até a melhor maneira de prestação de contas.

Em busca de oferecer a gestores e profissionais que atuam com mobilização de recurso, a Ago Social criou uma trilha com a visão de diferentes stakeholders do processo de captação. Toda semana é divulgada uma entrevista com um convidado especial para compartilhar os principais aprendizados.

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