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Instituto Coca-Cola Brasil – Assessoria de filantropia

Transportando jovens periféricos para a área tech

Na contramão da falta de empregos, o mundo tecnológico sofre com um apagão de talentos e estima que até 2025 teremos, no Brasil, mais de meio milhão de vagas disponíveis sem profissionais capacitados para preenchê-las.

Esse foi o ponto de partida da parceria entre The Coca-Cola Foundation, Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB) e Instituto Phi para apoio a iniciativas com foco na preparação de jovens e adultos em situação de vulnerabilidade, especialmente mulheres negras, na área de tecnologia e profissões do futuro.

O Instituto Phi, com o Instituto Coca-Cola Brasil, montou um projeto colaborativo para atender aos objetivos, levantando quais eram as principais organizações brasileiras que estavam trabalhando com essa temática e que tinham os melhores resultados de empregabilidade e geração de renda.

O Instituto Phi fez ainda a análise dos cadastros e validação dos documentos das organizações selecionadas para o apoio, com base em metodologia própria que busca entender como as organizações se posicionam nos pilares solidez, transparência, potencial de impacto e qualidade de gestão.

Foram selecionadas seis organizações para participar deste investimento de R$ 1 milhão feito pela The Coca-Cola Foundation ao longo de 2022, com gestão do Instituto Phi e do Instituto Coca-Cola Brasil. Ao todo, foram oferecidas 322 vagas em cursos de preparação, sem custo para os participantes e, em alguns casos, com auxílio para alimentação e transporte. Do total de 235 formados, 68,5% eram mulheres e 74,5% eram pessoas pretas e pardas.

Boletim Phi: Precisamos ativar todo o potencial da maior geração de jovens do país

Você sabia que temos no Brasil nossa última oportunidade de crescimento com a inclusão de jovens no mercado de trabalho? É o que chamamos de bônus demográfico: até o fim do século, a população brasileira em idade de trabalhar será muito reduzida. Se apoiamos o pleno desenvolvimento destes jovens em seus territórios, temos potencial!

Mas quais os desafios que os jovens de hoje enfrentam e como o Instituto Phi está atuando para fortalecer as juventudes? Vem aqui no Boletim Phi para saber!

Do estigma contra pessoas egressas à inclusão social e produtiva

As perspectivas de futuro de Alene dos Santos, hoje com 31 anos, mudaram totalmente quando conheceu e começou a fazer parte da Cooperativa Social Cuxá, que produz e vende artigos bordados, tais como bolsas, toalhas e nécessaires. Alene é egressa do sistema prisional de São Luiz (MA) e passou a integrar a Cuxá – uma  iniciativa do Instituto Humanitas360 em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Governo do Maranhão – quando estava na prisão.  Depois de progredir para o regime aberto e com o apoio do Humanitas360, Alene desde maio trabalha vendendo os produtos da cooperativa na Oficina & Loja Tereza.

O projeto da Cooperativa Cuxá oferece a mulheres presas e egressas do sistema prisional aulas de corte e costura, crochê e outros segmentos, para que possam empreender, após cumprirem o processo de ressocialização. A renda dos produtos comercializados são repassados integralmente às trabalhadoras. 

Já a Tereza é um negócio social que comercializa produtos de cooperativas de pessoas presas. Desde a abertura da Loja em São Luiz, em maio de 2023, Alene trabalha no espaço, desenvolvendo competências de atendimento a clientes, habilidades administrativas e outros aspectos de gestão de um comércio. Também por meio do Humanitas360, ela conta com o apoio de uma assistente social, acompanhamento psicológico e jurídico.

Alene conta que está muito feliz com as oportunidades às quais têm tido acesso, percebendo-as como parte importante da sua retomada da vida em liberdade e evolução pessoal e profissional. Para ela, a vida não poderia ter lhe dado um caminho melhor para seu recomeço após o cárcere. Os sonhos, agora, são trazer os dois filhos, de 7 e 8 anos, para morar com ela, e cursar a faculdade de direito.

“Antes de ser presa, eu trabalhava como feirante, vendendo frutas. Não sabia nada sobre costura. Mas peguei essa oportunidade e tive muita força de vontade. Aprendi a costurar, aprendi a fazer crochês e bordados, produzindo bolsas e sacolas. Depois, fiz cursos de informática, tudo com o apoio da Humanitas. Com o primeiro salário, aluguei um quarto num condomínio. Quero que meus filhos tenham orgulho de mim”.

As pessoas egressas sofrem diferentes tipos de discriminação, que restringem ou anulam o reconhecimento e o exercício de direitos humanos. Entre os impactos que o estigma pode causar, destacam-se a dificuldade de obter emprego e renda. O Instituto Humanitas360 é apoiado pelo Instituto Phi.

Um projeto para pares, liderado por pares: conheça a Capacitrans

Há mais de duas décadas, a cabelereira, maquiadora e empreendedora Andrea Brazil decidiu tornar possível às pessoas trans, travestis, não binárias LGBIQAP+  ter uma vida mais longa e com melhores oportunidades de trabalho. Ela percebeu que o empreendedorismo seria a peça-chave para alcançar esse objetivo e fundou, em 2018, a Capacitans, uma organização social que atua na formação empreendedora deste público em situação de vulnerabilidade.

Através das capacitações, em áreas como Gastronomia, Moda, Audiovisual e Obras e Reparos, dentre outras, o projeto identifica talentos e os encaminha empresas e instituições parceiras, com verdadeiras políticas de inclusão social. Em 4 anos e meio, mais de 300 pessoas já foram capacitadas e pelo menos 20% conseguiu uma colocação no mercado ou alavancar seus micro empreendimentos.

Além disso, mais de 10 já voltaram como facilitadores remunerados em projetos diversos da Capacitrans, conta Andrea:

“Começamos com moda e imagem, pois sou cabeleireira e maquiadora de formação. Mas vencemos editais e ampliamos para audiovisual, gastronomia e, atualmente, temos a primeira turma de Obras e Reparos. Hoje sou Consultora de Diversidade e Inclusão para várias empresas, fazendo pontes para nosses alunes mais dedicades que se destacam. Fazemos pontes até para quem está em situação de rua. Nosso foco é o resgate de cidadanias, ocupando todos os espaços de direitos antes nos negados”.

Lorranny Barbosa, de 30 anos, moradora do Jacarezinho, foi aluna da primeira turma de Transmulheridades na Moda. Não sabia como colocar uma agulha numa máquina de costura. Antes, trabalhou em restaurante, como cabeleireira, maquiadora e garota de programa. Hoje, tem sua própria marca de biquinis e é facilitadora da Capacitrans.

“O meu primeiro biquíni ficou horroroso, mas só de ter feito a minha primeira peça, fiquei realizada. Com o tempo fui estudando, até que veio a pandemia e o projeto Máscaras do Bem. Fomos remuneradas para produzi-las e, assim, tive a oportunidade de comprar minha primeira overlock. Daí já comecei a ter mais perfeição nos acabamentos. Com muito esforço e dedicação, dias e noites perturbando as professoras, consegui desenvolver meu próprio molde. Com minhas vendas , pude conquistar todo o maquinário necessário para a fabricação de excelentes biquínis”, orgulha-se Lorranny.

Localizada em Santa Teresa, a organização atende alunas e alunos de diversas regiões do Rio de Janeiro como Baixada, Niterói, Zonas Norte, Oeste e Sul, além de comunidades adjacentes, como Maré, Complexo do Alemão e Manguinhos. Um projeto para pares, liderado por pares – onde se reconhecem e recebem acolhimento.

Mulher e empreendedora: conheça o projeto do Programa Social Sim Eu Sou do Meio, na Baixada Fluminense


Mulher negra retinta, mãe solo, e periférica. Com o perfil de pessoas que mais sofrem com a desigualdade social e as diversas camadas de violências, Rosilanine é uma das participantes do projeto “Sou Empreendedora, Sou Mulher”, realizado pelo Programa Social Sim Eu Sou do Meio, em Belford Roxo (RJ). Ela vende empadinhas em uma carrocinha na Praça do Município para manter-se com seu filho Miguel, de 7 anos.

O projeto oferece capacitação profissional e inclusão produtiva em gastronomia para mulheres cis e trans de Belford Roxo, município com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Baixada Fluminense. Nesta primeira turma, apoiada pelo Instituto Phi, são beneficiadas 200 mulheres.

As alunas têm aulas sobre boas práticas no serviço de alimentação, noções de precificação do produto, vendas, apresentação do produto, além das aulas práticas na cozinha, com foco em produtos vendáveis e que atendam uma necessidade do público-alvo.

Além disso, o programa tem em seu escopo noções de educação financeira para potencializar negócios, com certificado emitido em parceria com o Sebrae, e educação socioemocional voltadas ao autoconhecimento e quebra de crenças limitantes. A frequência é determinante para recebimento do certificado e participação nas feiras coletivas.

“Eu já fiz outros cursos na área de panificação, mas esse foi diferente, porque não aprendemos apenas a pôr a mão na massa, mas nos conhecemos melhor com cada aula. Eu nunca tinha aprendido sobre inteligência emocional, um ensinamento muito importante para que eu me enxergue como uma pessoa capaz de conseguir alcançar meus objetivos”, diz Rosilaine.

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