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Investimento social corporativo brasileiro

Você sabe quais são as perspectivas para o Investimento Social no país? Para promover impacto, é necessário um conjunto de ações e fatores e é importante entender o que o setor privado tem feito em prol da construção de um mundo mais justo.

A pesquisa Benchmarking do Investimento Social Corporativo – BISC, conduzida pela Comunitas, envolve uma rede de empresas, institutos e fundações, para contribuir com o desenvolvimento e avaliação dos investimentos sociais corporativos no Brasil.

O relatório traça um parâmetro nacional e internacional do investimento social, apresenta indicadores de qualidade na gestão das iniciativas e investiga as temáticas relevantes.

Confira aqui os dados completos.

Apoio Phi para a formalização: luta pela visibilidade dos catadores de caranguejo ganha força

Eles são trabalhadores invisíveis que formam uma importante parte da cultura brasileira, movimentam a economia, mas têm suas vozes sufocadas pela lama dos manguezais. São os catadores de caranguejo, o crustáceo que é o maior símbolo da culinária sergipana. Neste mês de novembro, eles iniciam uma nova etapa da luta pela visibilidade da cultura da catagem de caranguejo no estado: com apoio do Instituto Phi, foi feito o processo de formalização do Instituto de Desenvolvimento Social dos Catadores de Caranguejo de Sergipe (IDESOCS), que já atuava informalmente há cinco anos e é a primeira instituição que atua para este principal público-alvo.

Jovem negro e periférico da cidade de São Cristóvão, cidade histórica que tornou o caranguejo patrimônio imaterial de Sergipe, Thiago Góis, de 26 anos, filho de uma marisqueira e um taxista, foi o primeiro de sua família a ingressar em uma universidade. Iniciando o curso de Serviço Social na Universidade Federal de Sergipe, em 2017, ele criou o projeto Projeto Às Margens do Rio – PROMAR, o primeiro do IDESOCS na busca de valorização do catador de caranguejo para a economia do Sergipe.

“No início foi difícil, os próprios catadores não acreditavam no potencial do projeto. Mas com o tempo, ganhamos força, começamos a trabalhar em rede com outras ONGs, como a CUFA Sergipe e o União Brasil, buscando chegar a essas populações tradicionais para levar alimentos na pandemia. Nesse processo começamos a enfrentar dificuldades porque não éramos formalizados, até pelo alto custo da formalização. Foi quando a presidente da CUFA nos enviou o post de chamada do Instituto Phi”, conta Thiago.

Ele explica que houve uma dificuldade maior para a abertura do CNPJ por conta de erros que haviam cometido ao tentar formalizar o primeiro estatuto, por falta de conhecimento, quando ainda não tinham a assessoria do Phi.

“A primeira lição que tiramos disso tudo é de que é preciso ter profissionais com expertise para esse processo. Mas, mais que isso, o Phi tem sido uma família. A formalização está fazendo com que a gente ganhe força nessa busca da nossa realidade social para embasar políticas públicas. Também já estamos fazendo busca ativa de editais que possamos participar”, ressalta.

O IDESOCS acaba de lançar o documentário “A cultura do invisível” e se prepara para lançar o livro “Mãe Maré”, além de uma exposição fotográfica. O objetivo é aumentar a representatividade das comunidades de catadores, conferindo maior valor agregado ao produto para incrementar a renda dos trabalhadores. Atualmente, 300 famílias são beneficiadas com cestas básicas e vale-gás.

“Mas está na nossa pauta fazer um levantamento para saber qual é o real tamanho deste universo. E o próximo objetivo é oferecer cursos para nossos jovens, porque somos capazes de ocupar outros espaços além dos manguezais”.

O IDESOCS foi uma das organizações sociais selecionadas pelo Instituto Phi este ano para receber apoio financeiro e nos trâmites para se formalizarem. Com a chamada aberta apenas por uma semana, 33 organizações de cinco regiões brasileiras se inscreveram e oito foram selecionados para receber apoio.

Uma reviravolta na vida de Rebeka

Durante seis anos, Rebeka trabalhou como atendente numa empresa de varejo. No fim de 2021, ela ficou desempregada e passou a ter dificuldades para sustentar a filha. Quando soube do programa da Generation para formação em desenvolvedor Full-Stack Java Jr para mulheres, prioritariamente pardas e pretas, LGBTQIA+ e com deficiência, viu uma chance de iniciar uma transição profissional.  

Realizado pela organização na cidade de Recife e Região Metropolitana, o programa contou com a participação de 75% de mulheres negras, com idade entre 18 e 30 anos. Ao longo do bootcamp da Generation, Rebeka demonstrou um alto nível de comprometimento: obteve certificações em tecnologia, participou de eventos de empregabilidade e também participou ativamente do grupo de afinidade de mães e pessoas cuidadoras, organizado pela equipe de Bem-Estar Social da Generation. 

O curso foi oferecido em formato online e intensivo, combinando habilidades técnicas e competências comportamentais. Com essa nova perspectiva profissional, ela iniciou um curso superior em Análise de Desenvolvimento de Sistemas, paralelamente ao bootcamp, e em pouco tempo conseguiu um emprego. “Um mês depois de receber minha certificação, em setembro de 2022, fui aprovada no processo seletivo da PagBank/PagSeguro, uma das maiores empresas de serviços financeiros do Brasil, como estagiária em engenharia de software”. 

A Generation foi uma das seis organizações que receberam apoio do Instituto Phi e Instituto Coca-Cola Brasil, durante 6 meses, para preparar jovens em situação de vulnerabilidade, especialmente mulheres e negros, na área de inovação e tecnologia. As iniciativas selecionadas receberam um investimento de cerca de R$ 1 milhão, financiado pela The Coca-Cola Foundation. 

Estima-se que até 2025 haverá, no Brasil, mais de meio milhão de vagas disponíveis no setor tecnológico sem profissionais capacitados para preenchê-las. Mas por meio de formação e oportunidade, histórias como a da Rebeka serão cada vez mais comuns. “Agradeço a minha família e amigos que estiveram ao meu lado nessa trajetória. Obrigado Generation Brasil por essa oportunidade, e a todos os nossos instrutores e instrutoras que estiveram nos guiando nessa jornada!”, disse Rebeka.  

Desafio Fundo Catalisador 2030

Como levar mais água para mais gente por meio da colaboração? O Fundo Catalisador 2030 tem o objetivo de identificar iniciativas e soluções existentes e fomentar a colaboração entre organizações sociais no país para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS). Essa é uma iniciativa do Catalyst 2030 Brasil, uma rede com mais de 100 empreendedores sociais.

O primeiro desafio lançado visa apoiar projetos colaborativos, de até R$ 200 mil, para soluções focadas em melhorar o acesso à água. O ODS 6 busca alcançar, até 2030, o acesso universal e equitativo à água potável e segura para todos.

Saiba mais informações aqui.

Torto Arado

Torto Arado retrata o “Brasil profundo”, que, segundo o autor, é um termo que engloba as pessoas que ainda estão invisibilizadas, mas têm uma potência criativa e de vida que pode explicar o país, o que não é exaltado ou abordado. O romance mostra a realidade de uma família que vive em uma fazenda, no sertão da Bahia, em condições de trabalho análogo à escravidão.

A obra, vencedora do Prêmio Jabuti, aborda as relações sociais na região onde se passa a história fictícia e traz à tona problemas que ainda estão presentes em nossa sociedade. O livro apresenta também a força, as estratégias e as crenças da população para enfrentar as dificuldades e sobreviver. Vale a pena a leitura! “Phica” a dica.

Criado e desenvolvido pela Refinaria Design. Atualizado pela Sense Design.