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Quando o empreendedorismo resgata e celebra raízes

Depois de ficar desempregada, ao fim do período de isolamento pandêmico, Natânia Azevedo começou a olhar para a arte ancestral das tranças afro como uma opção de retornar ao mercado de trabalho. Em 2022, ela abriu um pequeno estúdio, perto de sua casa, na Vila Três, em São Gonçalo. Tinha muita força de vontade, mas nenhuma experiência com o universo empreendedor.

“As tranças estão na minha vida desde sempre, digo que eu já nasci sabendo trançar cabelo. Mas na minha família ninguém trabalhava com isso. Mesmo não tendo conhecimento técnico, minha mãe tinha seus saberes e gostava de trançar meu cabelo. Assim, eu também passei a trançar os cabelos de minha filha, sua irmã e primas. Porém, até alguns anos atrás, era difícil enxergar a produção dos trançados como profissão”.

Natânia se inscreveu, então, no curso de Trancista Profissional da ONG Mulheres da Parada, a partir da indicação de uma amiga e mentora, esperando apenas aprimorar seus conhecimentos. No entanto, encontrou muito mais do que esperava.​

“Muito além das técnicas, o curso ensinava sobre desenvolvimento pessoal e profissional, cultura africana, história das tranças, gestão, marketing e trazia palestras com influenciadores da área para que as alunas conhecessem melhor o mercado”.

À medida que que seu negócio foi deslanchando, a trajetória da profissional culminou com uma surpresa emocionante: ela foi escolhida como embaixadora de uma renomada marca de fibras de cabelo. Inicialmente, ela não se via como a candidata mais qualificada. No entanto, ser selecionada para essa função foi uma validação de seu esforço e dedicação.

“Hoje, fico muito feliz de ver que transformei um conhecimento com tanta ancestralidade em profissão, e mais ainda de ver a felicidade de minhas clientes, que querem fazer tranças não só para dar uma variada no estilo, mas para buscar autoestima, identidade, poder e resistência”.

A ONG Mulheres da Parada, apoiada pelo Instituto Phi, é uma organização da sociedade civil que atua na periferia de São Gonçalo, desenvolvendo o afroempreendedorismo como um movimento que não apenas cria oportunidades econômicas, mas também resgata e celebra as raízes culturais e ancestrais das comunidades negras. 

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