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Projetos Apoiados Informa PHI

Edital Educação e Identidades Negras

O edital Educação e Identidades Negras: Políticas de Equidade Racial irá selecionar 10 organizações, grupos ou coletivos que contribuam com o enfrentamento ao racismo e com o fortalecimento das identidades e culturas negras, principalmente com iniciativas focadas em políticas educacionais para crianças, jovens e adolescentes.

Cada organização receberá um aporte financeiro de R$ 175 mil, além de assessorias, treinamentos e participação em Comunidades de Práticas. Esta é uma iniciativa do Fundo Baobá, que conta com apoio da Imaginable Futures e da Fundação Lemann. Para saber mais informações e se inscrever, clique aqui.

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Se você não passa fome, tem que ser parte da solução

O fenômeno da fome sempre acompanhou a trajetória da humanidade. Mas, se a situação no mundo é extremamente alarmante, no Brasil ela é absurda: não dá para achar normal um país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo ter 33 milhões de pessoas, ou 15% da população, passando fome. Nesta edição do Boletim Phi, convidamos você para uma conversa sobre o tema, anunciamos uma nova campanha da qual o Phi faz parte e apresentamos projetos que apoiamos que promovem a segurança alimentar. Porque não basta se indignar. Nós, que não passamos fome, temos que ser parte da solução. Acesse e boa leitura!

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Hub do Bem

A Hub do Bem é uma organização sem fins lucrativos que oferece suporte gratuito para pequenas ONGs no Brasil se transformarem digitalmente. Projetos socioambientais, coletivos, ONGs e movimentos sociais de pequeno porte podem se inscrever para receber suporte no mundo digital, dicas e tutoriais e fazer parte de uma comunidade que tem o objetivo de fortalecer a presença e a atuação das organizações participantes.

Para cadastrar sua ONG e saber mais informações, clique aqui.

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Filantropia para preservar a rota do kitesurfe

É por meio da cultura filantrópica que um grupo de praticantes de kitesurfe vêm buscando preservar o que há de mais valioso na prática esportiva: os paraísos naturais do litoral brasileiro, especialmente o nordestino, e suas comunidades. Acaba de ser lançado o Soul Nordeste, um movimento de fomento a projetos sociais locais em regiões onde se pratica o kite, com o objetivo de assegurar seu desenvolvimento sustentável. O Instituto Phi é o gestor financeiro da iniciativa, garantindo que todos os doadores conheçam os projetos beneficiados e como os recursos serão investidos.

Contribuir para o turismo em torno do kitesurfe é importante sim, mas para o turismo responsável e a popularização do esporte de maneira educada e saudável. E esse grupo, que tem como embaixadores entusiastas do kite como os empresários André Diniz, sócio-fundador da galeria de arte Urban Arts, e Leandro Farkuh, fundador da Bio2 Organics, entendeu que não há forma melhor de se proteger uma região que através do fortalecimento comunitário.

Ninguém, afinal, conhece melhor as peculiaridades, vulnerabilidades e, principalmente, potencialidades de uma região que seus moradores. Uma população consciente e engajada é fundamental para a transformação do território onde ela está inserida.

Quem quer ajudar a impulsionar o desenvolvimento sustentável em regiões da rota do kitesurfe nacional pode fazer uma doação para o Soul Nordeste através da plataforma BSocial (https://www.bsocial.com.br/causa/soul-nordeste).

Confira a conversa que o Instituto Phi teve com André Diniz:

Como nasceu o Soul Nordeste?

O kitesurfe vem crescendo muito e movimentando o turismo nacional e internacional para as regiões onde se pratica o esporte. O Soul Nordeste nasce, então, inspirado na “cultura aloha”: o Havaí é a meca do surfe, gente do mundo inteiro vai lá para surfar, mas existe um código de respeito à cultura local, ao meio ambiente. E no Brasil a gente vê em alguns lugares o crescimento desordenado, o agravamento das desigualdades. Então, o espírito é estimular e educar tanto o brasileiro quanto o estrangeiro para cuidar deste nosso paraíso.

Que projetos podem receber o apoio do Soul Nordeste?

Projetos sociais bacanas de qualquer causa, como educação, saúde, meio ambiente ou geração de renda, em lugares onde se pratica o kite. Já temos três projetos apoiados, que são o Downwind Solidário, do Instituto Dharma; o ESG Kite e o Instituto Caburé. O primeiro é de expedições médicas voluntárias em comunidades remotas do interior do Piauí e Maranhão, o segundo é de ações socioambientais educativas e apoio a escolas de kitesurfe das cidades costeiras para ensinar crianças em situação de vulnerabilidade e o terceiro é um projeto na área de educação em Barrinha, no Piauí. Ainda não captamos recursos, mas estamos trabalhando para tornar esses projetos aptos a receber verba incentivada.

É um projeto também de educação ambiental?

Sim, já temos pôsteres prontos para iniciar a campanha nos kitecenters do litoral nordestino. Queremos influenciar os praticantes a viver de forma plena a cultura do kitesurfe, reforçando códigos de ética no esporte, regras de segurança na água e boas práticas para a vida. Acreditamos que, por meio de atitudes responsáveis, seja possível uma convivência justa e harmoniosa entre velejadores, comunidade e ambiente.

Equipe do Instituto Dharma em expedição médica pelo projeto Downwind Solidário, no Nordeste brasileiro

O caminho de Samuel para aprender a programar

Samuel Fontineli, 29 anos, é de Sobral, interior do Ceará. Tem mulher e uma filha de menos de um ano. Reproduzindo a tradição secular da migração de populações nordestinas para o Sudeste, ele deixou sua cidade natal em busca de melhores oportunidades. Mesmo sem ter tido acesso a cursos de formação em tecnologia, Samuel hoje realiza o sonho de estudar para ser um engenheiro de software e ingressar neste inovador mercado. Ele conquistou uma vaga no Instituto 42Rio, programa de formação de profissionais gratuito, apoiado pelo Instituto Phi.

Com dois campi no Brasil, no Rio e em São Paulo, a proposta do instituto que faz parte de uma rede global é oferecer uma educação democrática: basta ter a partir de 18 anos e saber usar um mouse e um teclado. O aluno não precisa ter conhecimento prévio de programação, nem ter diploma de qualquer nível de ensino. Os candidatos passam por um processo de seleção que valoriza saberes não necessariamente revelados através dos métodos tradicionais. Dos aprovados, 47% têm renda familiar de até três salários-mínimos:

“O nosso processo seletivo dá conta de um eventual gap de conhecimentos. O Basecamp, terceira e última etapa, é uma imersão de 28 dias na qual o aluno que não conhece programação aprende o básico; 77% dos nossos alunos nunca tinham trabalhado com tecnologia”, explica Ana Cristina Maia, diretora executiva da 42.

Samuel, que sempre gostou de tecnologia, conheceu a 42 através de um youtuber que seguia. Em 2020, ele se candidatou a uma vaga no campus de São Paulo. Mas veio a pandemia de Covid, o processo seletivo ficou parado por um tempo e, na urgência de transformar sua própria vida, vendeu o que tinha e decidiu ir para Belo Horizonte (MG).

“Enquanto distribuía currículos, morei na rua, tomei banho em fontes públicas, me alimentei de doações. Para não carregar a mochila com meus livros de programação durante o dia todo, escondia os volumes, envoltos num saco plástico, dentro do esgoto”.

Samuel acabou conseguindo emprego, mas não na área que queria. Trabalhou com descarga de mercadorias, depois num supermercado. Em 2021, decidiu voltar para o Ceará. Reatou com a mulher, Jéssica, que ficou grávida de Ashley, quando foi convocado para a última etapa da seleção da 42 São Paulo: Samuel não passou.

Mas desistir não estava nos planos do rapaz. No início de 2022, abriu o processo seletivo para o novo campus, do Rio de Janeiro, e ele se candidatou novamente. Com sua força de vontade e resiliência, desta vez, foi aprovado em todas as etapas.

“No Basecamp, que foi online por causa da pandemia, eu estudava das 5h da manhã às 8h da noite. Eu entrava em algumas lives com minha filha dormindo ao lado, então tentava falar baixinho. Quando era depois de meia-noite, só podia falar por texto para não acordar a Ashley, ainda bem que o pessoal era bem compreensivo”, diverte-se Samuel. “Cheguei ao fim com a sensação de que aquele, sim, era o Basecamp que eu precisava ter feito”.

Na 42, a aprendizagem se baseia no modelo peer-to-peer, o que significa que não tem aula nem professor: os alunos devem trabalhar em grupo para avançar nos projetos que são propostos, agindo como instrutores e aprendizes. O campus funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana, e o programa dura em média três anos, dependendo do empenho e dedicação de cada aluno.

Como Samuel não tinha como se sustentar no Rio de Janeiro, ele conseguiu uma bolsa da 42. O aluno mora num pensionato, se dedica integralmente ao programa e quer se especializar em segurança da informação. Aí, ele parte para a próxima etapa do sonho: conseguir um emprego e uma moradia para trazer Jéssica e Ashley do Ceará.

“Ficar distante de minha família é difícil, mas eu e minha mulher encaramos como uma oportunidade. Onde eu vivia não tinha saúde, educação, lazer de qualidade. Queremos uma vida diferente para nossa filha”, diz ele.

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