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Dia da Consciência Negra: memória, justiça e a urgência do antirracismo
18 de novembro de 2024 Instituto Phi
O Dia da Consciência Negra é um lembrete poderoso: o racismo que permeia nossa sociedade não é um resquício do passado, mas uma ferida aberta que exige enfrentamento para uma cura efetiva. Mais de 300 anos de escravidão deixaram marcas profundas, e é nossa responsabilidade coletiva encarar essa história de frente, apoiando políticas de memória, verdade e justiça.
A reparação do passado escravocrata não é apenas uma questão de justiça histórica, mas uma urgência social. Precisamos promover um esforço conjunto para construir um país mais inclusivo e comprometido com a igualdade racial.
No Instituto Phi, esse compromisso ganha vida no apoio a projetos que valorizam e fortalecem comunidades negras e afrodescendentes, promovendo o resgate cultural, a sustentabilidade e a autonomia econômica.
Um dos projetos apoiados é o Quilombo Aquilah, no Tanque, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, que busca ampliar sua horta comunitária e fitoterápica. Esse espaço combina práticas agrícolas familiares com atendimento médico, fornecendo alimentos para o consumo diário da comunidade da Colônia de Curupaiti, e apoiando famílias da região, fortalecendo a saúde alimentar e a segurança do território.
O Quilombo Cafundá Astrogilda é outro exemplo. Situado no bairro de Vargem Grande, Rio de Janeiro, é um dos principais quilombos urbanos do estado, um importante núcleo de resistência cultural e comunitária. Por meio do projeto apoiado, o quilombo oferece oficinas voltadas para educação ambiental, história e cultura afro-brasileira.
Tem ainda o Instituto As Josefinas, Senador Vasconcelos, também na Zona Oeste do município do Rio, que trabalha para recuperar a força das mulheres negras, indígenas, periféricas e quilombolas, criando um espaço que reforça o protagonismo dessas mulheres. No campo do empreendedorismo, As Josefinas capacitam mulheres em técnicas de bordado e macramê. Por meio dessa iniciativa, elas resgatam memórias ancestrais e geram renda, valorizando o artesanato sustentável brasileiro.
Essas ações são passos essenciais na construção de um Brasil verdadeiramente democrático e plural, onde a contribuição das comunidades negras seja respeitada e valorizada. Mais do que nunca, é necessário que reconheçamos nossa responsabilidade pessoal e coletiva na erradicação do racismo e na promoção de um país mais justo para todos.